segunda-feira, março 28, 2005
Sessão de zazen
Mais um horário de meditação zen: quartas às 19h.
©UBP Porto
Entretanto, já agendámos com o Sagarapriya, recém chegado da Índia e da Birmânia, um retiro para o fim-de-semana de 10 de Junho :)
O primeiro retiro organizado pela UBP Porto foi exactamente o orientado por ele, em Junho do ano passado. Fotos para recordar!
©UBP Porto
Entretanto, já agendámos com o Sagarapriya, recém chegado da Índia e da Birmânia, um retiro para o fim-de-semana de 10 de Junho :)
O primeiro retiro organizado pela UBP Porto foi exactamente o orientado por ele, em Junho do ano passado. Fotos para recordar!
domingo, março 27, 2005
Sesshin e limões
E estamos com sorte porque a sensei gosta dos nossos limoeiros :)
She will come back.
Porto seguro
Como falar de ir e voltar, de naufragar e encontrar um porto seguro. Tecido de palavras nuas, de âncoras e de firmamentos. Vacilar e arriscar. Estar presente, ouvir totalmente, ser íntegro.
Tocar a mente.
Sesshin.
Tocar a mente.
Sesshin.
sexta-feira, março 25, 2005
Generosidade do coração
"Por vezes nas nossas vidas encontramos pessoas que parecem radiar sentimentos de amor e de bondade genuínos. Quando estamos com pessoas assim, fazem-nos sentir que naquele momento somos as pessoas mais importantes no mundo, não por causa de quem somos ou do que fizemos, mas simplesmente porque somos um seu semelhante.
Esta qualidade especial de amor e bondade (metta) é a generosidade e a abertura do coração que simplesmente deseja que todos os seres sejam felizes. Metta não procura benefício pessoal. Não é oferecida com a expectativa de receber algo em troca. E porque não está dependente de condições externas, das pessoas serem ou comportarem-se de uma certa maneira, não está facilmente sujeita à decepção. Quando metta se torna mais forte, sentimo-nos mais abertos aos outros, mais abertos a nós mesmos, com benevolência e bom humor.
Os primeiros versos do Karanyia metta sutra, o discurso do Buda sobre o Amor/Bondade diz exactamente como preparar o terreno para desenvolver e aprofundar este tipo de amor:
Isto é o que deve ser feito por aquele que é hábil nos seus propósitos,
que quer progredir para o estado de paz:
Ser capaz, correcto e sincero,
fácil de ser instruído, gentil e sem arrogância,
satisfeito e fácil de ser sustentado,
com poucas obrigações, vivendo de maneira simples,
com as faculdades em paz, um mestre,
modesto, e sem cobiça por benfeitores.
(...)
Como uma mãe arriscaria sua vida
para proteger o seu filho, seu único filho,
da mesma forma, com relação a todos os seres,
cultiva um coração sem limites.
Com boa vontade para todo o universo,
cultiva um coração sem limites.
Não chega pensar que o amor é uma boa ideia. Há algum trabalho a fazer, alguma atenção a ser dispensada. Precisamos de o expressar na forma como lidamos com as pessoas. Ser “capaz, correcto e sincero” significa estar comprometido com uma honestidade e simplicidade básicas, falando e agindo sem enganar e sem segundos motivos. Ser “fácil de ser instruído e gentil” significa ser abordável e na verdade fazer da gentileza e da facilidade a nossa prática na forma de estarmos com os outros. E não ser orgulhoso lembra-nos do verdadeiro sentido da humildade, que não é uma submissão, mas em vez disso a falta de egocentrismo: “A verdadeira humildade é a ausência de alguém para se orgulhar” (Wei Wu Wei)"
Joseph Goldstein, One Dharma
Esta qualidade especial de amor e bondade (metta) é a generosidade e a abertura do coração que simplesmente deseja que todos os seres sejam felizes. Metta não procura benefício pessoal. Não é oferecida com a expectativa de receber algo em troca. E porque não está dependente de condições externas, das pessoas serem ou comportarem-se de uma certa maneira, não está facilmente sujeita à decepção. Quando metta se torna mais forte, sentimo-nos mais abertos aos outros, mais abertos a nós mesmos, com benevolência e bom humor.
Os primeiros versos do Karanyia metta sutra, o discurso do Buda sobre o Amor/Bondade diz exactamente como preparar o terreno para desenvolver e aprofundar este tipo de amor:
Isto é o que deve ser feito por aquele que é hábil nos seus propósitos,
que quer progredir para o estado de paz:
Ser capaz, correcto e sincero,
fácil de ser instruído, gentil e sem arrogância,
satisfeito e fácil de ser sustentado,
com poucas obrigações, vivendo de maneira simples,
com as faculdades em paz, um mestre,
modesto, e sem cobiça por benfeitores.
(...)
Como uma mãe arriscaria sua vida
para proteger o seu filho, seu único filho,
da mesma forma, com relação a todos os seres,
cultiva um coração sem limites.
Com boa vontade para todo o universo,
cultiva um coração sem limites.
Não chega pensar que o amor é uma boa ideia. Há algum trabalho a fazer, alguma atenção a ser dispensada. Precisamos de o expressar na forma como lidamos com as pessoas. Ser “capaz, correcto e sincero” significa estar comprometido com uma honestidade e simplicidade básicas, falando e agindo sem enganar e sem segundos motivos. Ser “fácil de ser instruído e gentil” significa ser abordável e na verdade fazer da gentileza e da facilidade a nossa prática na forma de estarmos com os outros. E não ser orgulhoso lembra-nos do verdadeiro sentido da humildade, que não é uma submissão, mas em vez disso a falta de egocentrismo: “A verdadeira humildade é a ausência de alguém para se orgulhar” (Wei Wu Wei)"
Joseph Goldstein, One Dharma
Impregnar o mundo
"Bikkhus, estes são os 5 tipos de discurso que outros podem usar quando se vos dirigem: as palavras podem ser oportunas ou não, podem ser verdadeiras ou falsas, gentis ou ásperas, relacionadas com o bem ou com a maldade, ou ditas com um estado mental bondoso ou odioso... Posto isto, Bikkhus, devem treinar-se desta forma: as nossas mentes permanecem não afectadas, não usaremos palavras inábeis, devemos permanecer compassivos quanto ao bem-estar dos que se nos dirigem, com uma mente bondosa. E a começar com o nosso interlocutor, impregnemos o mundo com uma mente imbuída de amor/bondade – abundante, exaltada, incomensurável, sem hostilidade, sem rancor."
Palavras do Buda citadas por Joseph Goldstein
Palavras do Buda citadas por Joseph Goldstein
terça-feira, março 22, 2005
Sesshin
Sesshin "tocar a mente"
cada acção é a continuação do zazen: concentrar-se em cada gesto,
viver plenamente o instante presente
"Os professores abrem a porta, mas tens de entrar por ti próprio"
Local: Casa de Retiros de S. José CERNACHE (Coimbra)
Chegada: Sexta-feira dia 25 de Março pelas 17h
Despedida: Domingo dia 27, depois do almoço
cada acção é a continuação do zazen: concentrar-se em cada gesto,
viver plenamente o instante presente
"Os professores abrem a porta, mas tens de entrar por ti próprio"
Local: Casa de Retiros de S. José CERNACHE (Coimbra)
Chegada: Sexta-feira dia 25 de Março pelas 17h
Despedida: Domingo dia 27, depois do almoço
Workshop
Domingo à tarde. A oficina de introdução à meditação teve muito da nossa experiência pessoal, e foi giro fazê-lo desta maneira: a várias vozes. Ouvir o Nuno foi uma revelação (a Sónia e a Cláudia claro que já conhecia:=) Também houve lugar para "brincar" com as taças:
sábado, março 19, 2005
Sandokai - A Identidade do Relativo e do Absoluto
Estive a rever a nossa tradução para a ler depois da sessão de zazen de hoje:
A mente do grande sábio da Índia
é intimamente transmitida de Oeste a Este.
Enquanto entre os seres humanos há sábios e tolos
na Via não há patriarcas do Norte ou do Sul.
A fonte espiritual é clara e luminosa,
os afluentes correm através da escuridão.
Apegar-se às coisas é ilusório,
encontrar o absoluto não é ainda a iluminação.
Um e Todos, as esferas subjectiva e objectiva,
estão relacionados e ao mesmo tempo independentes.
Estão relacionados mas trabalham de modo diferente,
cada um mantém o seu próprio lugar.
O carácter e a aparência variam na forma,
os sons distinguem-se entre harmoniosos e desagradáveis.
A obscuridade faz as palavras iguais,
a luz distingue as frases boas e más.
Os quatro elementos retornam à sua natureza
tal como uma criança para a sua mãe.
O fogo é quente, o vento move-se,
a água é líquida, a terra sólida.
Os olhos vêem, os ouvidos ouvem,
o nariz cheira, a língua saboreia o salgado e o doce.
Cada um é independente do outro
como folhas nascidas da mesma raiz,
causa e efeito devem regressar à grande realidade.
As palavras alto e baixo são usadas de modo relativo.
Na luz existe a escuridão
mas não tentes compreender essa escuridão,
na escuridão existe a luz
mas não procures essa luz.
Luz e escuridão formam um par,
como o pé adiante e o pé atrás ao andar.
Cada coisa tem o seu valor intrínseco
e está relacionada com tudo o resto em posição e função.
O relativo e o absoluto ajustam-se
como uma caixa e a sua tampa.
O absoluto funciona em conjunto com o relativo
como duas flechas que se encontram em pleno ar.
Ao ler as palavras deves perceber a grande realidade.
Não julgues por quaisquer critérios.
Se não vês o caminho
não o vês mesmo ao andares nele.
Quando percorres a Via
não estás perto nem longe.
Mas se andas iludido estarás a rios e montanhas de distância.
Digo respeitosamente, aos que querem a iluminação,
de dia ou de noite, não percam tempo.
Sekito Kisen (700-790)
imagem de Bamboo in the wind
O que é o amor?
Uma sugestão: ouvir a palestra de Ajahn Brahmavamso, "What is love?" no site do Buddha Net. Ajahn Brahmavamso conta como a frase que mais o marcou foi a que uma vez o pai lhe disse: "não importa o que tu faças, a porta da minha casa está sempre aberta para ti". A porta da minha casa, a porta do meu coração. Deveríamos dizer isto mais vezes às pessoas.
sexta-feira, março 18, 2005
Ficheiros audio
Ontem e hoje "entretive-me" a ouvir conversas sobre o Dharma em ficheiros audio - alguns dos links que usei:
Buddha Net Audio
www.dharmastream.org
www.audiodharma.org
Zen Satsang - ver em "teachings"
Ao mesmo tempo, leio o livro de "cânticos" do Rochester Zen Center: O cântico Zen é basicamente outra forma de zazen, diferindo assim dos cântico de outras tradições espirituais. A consciência do sentido das palavras não é importante - esse sentido é absorvido a um nível subconsciente. De primeira importância é o estado mental criado pelo canto, nomeadamente, unidade absoluta até ao ponto do esquecimento de si mesmo.
"Sei" que é assim.
Buddha Net Audio
www.dharmastream.org
www.audiodharma.org
Zen Satsang - ver em "teachings"
Ao mesmo tempo, leio o livro de "cânticos" do Rochester Zen Center: O cântico Zen é basicamente outra forma de zazen, diferindo assim dos cântico de outras tradições espirituais. A consciência do sentido das palavras não é importante - esse sentido é absorvido a um nível subconsciente. De primeira importância é o estado mental criado pelo canto, nomeadamente, unidade absoluta até ao ponto do esquecimento de si mesmo.
"Sei" que é assim.
quinta-feira, março 17, 2005
Acordar
Profunda é a questão do nascimento e da morte
A vida desliza rapidamente
O tempo não espera por ninguém
Acorda! Acorda!
Não desperdices um momento
do livro de orações de Rochester Zen Center
A vida desliza rapidamente
O tempo não espera por ninguém
Acorda! Acorda!
Não desperdices um momento
do livro de orações de Rochester Zen Center
Trabalhar com as emoções
Um dos meus sites favoritos, com artigos sobre as emoções: Working on Delusions - Introduction.
Os artigos que continuam esta introdução - Anger, Attachment, Guilt, Lack of Self-Confidence, Depression, Fear, Other Delusions
Os artigos que continuam esta introdução - Anger, Attachment, Guilt, Lack of Self-Confidence, Depression, Fear, Other Delusions
Budismo e vegetarianismo
Textos, ensaios sobre o vegetarianismo do ponto de vista budista: Buddhist Resources on Vegetarianism and Animal Welfare (em inglês)
Porquê a meditação?
No próximo domingo, às 15h30, Workshop de introdução à meditação para principiantes na UBP Porto:
- Postura e exercícios de flexibilidade próprios para meditantes
- Breve introdução teórica e prática de Atenção Plena da Respiração
- Outra forma de meditação com suporte: o som
- Metta Bhavana – o desenvolvimento do amor e bondade
- Postura e exercícios de flexibilidade próprios para meditantes
- Breve introdução teórica e prática de Atenção Plena da Respiração
- Outra forma de meditação com suporte: o som
- Metta Bhavana – o desenvolvimento do amor e bondade
Arte de respirar
O Yoga é uma prática milenar que conduz à harmonia e simplicidade.
Terças-feiras às 18h30 na UBP Porto - orientação de Lucinda Sameiro
segunda-feira, março 14, 2005
quinta-feira, março 10, 2005
Os dois acessos ao Caminho
Muitas são as vias que conduzem ao Caminho, mas basicamente há apenas duas: a via da sabedoria ou a via da prática. Aceder ao Caminho pela sabedoria significa aceder à essência através das escrituras e acreditar que todos os seres sensíveis compartilham da mesma natureza verdadeira. Esta natureza só não é manifesta porque se encontra obscurecida pelas sensações e a ilusão. Os que abandonam a ilusão em busca da realidade, que meditam na ausência do eu e do outro, na não-dualidade entre o mortal e o sábio e que se conservam inabaláveis, mesmo diante das palavras, estão em completa e não-dizível harmonia com a Sabedoria. Para lá da acção, para lá do esforço, entram no Caminho pela Sabedoria.
Entrar através da prática refere-se às quatro condutas que incluem toda a acção: sofrer a injustiça, adaptar-se às condições, nada desejar, praticar o Dharma.
Primeiro, sofrer a injustiça: quando os que procuram o Caminho encontram condições adversas, deverão pensar assim: "Durante incontáveis eras desviei-me do essencial para procurar o trivial, vagueei por todas as formas de existência, muitas vezes odiei sem razão e criei as situações mais negativas. Mesmo que nesta vida não pratique nenhum mal, vou sofrer as consequências das acções prejudiciais do passado. Nem os deuses nem os homens podem prever quando uma acção nefasta produzirá o seu fruto. Aceito os males que daí advierem com boa vontade e paciência, sem me lamentar. Nos sutras é dito: “quando te encontras face à adversidade, não te perturbes, pois há um sentido para as coisas”. Tal compreensão revela Sabedoria e pelo sofrimento entras no Caminho.
Segundo, adaptar-se às condições: enquanto seres sensíveis somos regidos pelas condições, não por nós mesmos. Todo o sofrimento e alegria que experienciamos estão dependentes de condições. Se somos recompensados com a fama ou a riqueza, estas são o fruto de uma semente cultivada no passado. Esgotada a força das acções, estes resultados positivos terminam. Por que, então, alegrar-me com eles? Mas enquanto o sucesso ou o fracasso dependem de condições, a Mente não cresce nem diminui. Os que não vacilam perante o vento do prazer seguem silenciosamente o Caminho.
Terceiro, nada desejar: os seres deste mundo vivem na ilusão. Sempre a ansiar por algo, sempre à procura. Mas os sábios despertam. Preferem a sabedoria aos hábitos. A mente repousa no não-criado, enquanto o corpo se move de acordo com a impermanência. Todos os fenómenos são vazios. Não contêm nada que valha a pena desejar. A desgraça alterna com a fortuna. Permanecer no Samsara é permanecer numa casa em chamas. Ter um corpo é sofrer. Será que alguém que possui um corpo conhece a paz? Os que entendem esta verdade nunca se apegam a nada e deixam de procurar ou esperar algo . Assim dizem os sutras: "Quando há o desejo, há o sofrimento. Com a cessação do desejo vem a felicidade". Nada desejar é estar a caminho.
Quarto, praticar o Dharma: o Dharma é intrinsecamente a verdade de que todas as naturezas são puras. Através desta verdade, todas as aparências se manifestam como vacuidade. Máculas e apegos, o eu e o outro não existem. Dizem os sutras: "No Dharma não há seres, pois ele está livre da mácula do ser. No Dharma não há ego, pois ele está livre da mácula do ego". Os que são suficientemente sensatos para compreender e confiar nestas verdades praticam de acordo com o Dharma. E como tudo o que é real não é digno de inveja, fazem oferenda do corpo, vida e bens, sem remorsos, sem a vaidade do doador, do que é dado ou do que recebe, sem parcialidade ou apego. Para limpar os obscurecimentos ensinam os outros, mas sem se apegarem à forma. Deste modo através da própria prática podem ajudar os outros e prestar homenagem ao Caminho da Iluminação. Da mesma forma que praticam a generosidade, também praticam as outras virtudes. Mas praticam-nas sem esperar pelos resultados. Isto é o que significa "praticar o Dharma".
(Ensinamento atribuído a Bodhidharma)
tradução da UBP Porto a partir da versão inglesa: Outline of Practice
Entrar através da prática refere-se às quatro condutas que incluem toda a acção: sofrer a injustiça, adaptar-se às condições, nada desejar, praticar o Dharma.
Primeiro, sofrer a injustiça: quando os que procuram o Caminho encontram condições adversas, deverão pensar assim: "Durante incontáveis eras desviei-me do essencial para procurar o trivial, vagueei por todas as formas de existência, muitas vezes odiei sem razão e criei as situações mais negativas. Mesmo que nesta vida não pratique nenhum mal, vou sofrer as consequências das acções prejudiciais do passado. Nem os deuses nem os homens podem prever quando uma acção nefasta produzirá o seu fruto. Aceito os males que daí advierem com boa vontade e paciência, sem me lamentar. Nos sutras é dito: “quando te encontras face à adversidade, não te perturbes, pois há um sentido para as coisas”. Tal compreensão revela Sabedoria e pelo sofrimento entras no Caminho.
Segundo, adaptar-se às condições: enquanto seres sensíveis somos regidos pelas condições, não por nós mesmos. Todo o sofrimento e alegria que experienciamos estão dependentes de condições. Se somos recompensados com a fama ou a riqueza, estas são o fruto de uma semente cultivada no passado. Esgotada a força das acções, estes resultados positivos terminam. Por que, então, alegrar-me com eles? Mas enquanto o sucesso ou o fracasso dependem de condições, a Mente não cresce nem diminui. Os que não vacilam perante o vento do prazer seguem silenciosamente o Caminho.
Terceiro, nada desejar: os seres deste mundo vivem na ilusão. Sempre a ansiar por algo, sempre à procura. Mas os sábios despertam. Preferem a sabedoria aos hábitos. A mente repousa no não-criado, enquanto o corpo se move de acordo com a impermanência. Todos os fenómenos são vazios. Não contêm nada que valha a pena desejar. A desgraça alterna com a fortuna. Permanecer no Samsara é permanecer numa casa em chamas. Ter um corpo é sofrer. Será que alguém que possui um corpo conhece a paz? Os que entendem esta verdade nunca se apegam a nada e deixam de procurar ou esperar algo . Assim dizem os sutras: "Quando há o desejo, há o sofrimento. Com a cessação do desejo vem a felicidade". Nada desejar é estar a caminho.
Quarto, praticar o Dharma: o Dharma é intrinsecamente a verdade de que todas as naturezas são puras. Através desta verdade, todas as aparências se manifestam como vacuidade. Máculas e apegos, o eu e o outro não existem. Dizem os sutras: "No Dharma não há seres, pois ele está livre da mácula do ser. No Dharma não há ego, pois ele está livre da mácula do ego". Os que são suficientemente sensatos para compreender e confiar nestas verdades praticam de acordo com o Dharma. E como tudo o que é real não é digno de inveja, fazem oferenda do corpo, vida e bens, sem remorsos, sem a vaidade do doador, do que é dado ou do que recebe, sem parcialidade ou apego. Para limpar os obscurecimentos ensinam os outros, mas sem se apegarem à forma. Deste modo através da própria prática podem ajudar os outros e prestar homenagem ao Caminho da Iluminação. Da mesma forma que praticam a generosidade, também praticam as outras virtudes. Mas praticam-nas sem esperar pelos resultados. Isto é o que significa "praticar o Dharma".
(Ensinamento atribuído a Bodhidharma)
tradução da UBP Porto a partir da versão inglesa: Outline of Practice
quarta-feira, março 09, 2005
A mente
"Esta mente é o Buda. Não falo sobre preceitos, devoções ou práticas ascéticas como a imersão na água e no fogo, pisar uma roda de facas, comer uma refeição por dia ou nunca se deitar. Estes são ensinamentos fanáticos e provisórios. Uma vez que reconheças a tua natureza, sempre em movimento e milagrosamente consciente, verás que essa natureza é a mente de todos os Budas".
Esta mente é descrita por Bodhidharma, o primeiro patriarca do Zen Chinês, como, desde tempos sem começo, nunca ter mudado. "Nunca viveu ou morreu, apareceu ou desapareceu, cresceu ou diminuiu. Não é pura nem impura, boa ou má, passado ou futuro. Não é verdadeira nem falsa. Não é macho ou fêmea. Não surge como um monge ou um laico, um ancião ou um noviço, um sábio ou um louco, um buda ou um mortal. Não procura a realização e não experimenta o karma. Não tem solidez ou forma. É como o espaço. Não o possuis e não o perdes. Os seus movimentos não podem ser bloqueados por montanhas, rios ou rochas. Nenhum karma pode restringir este corpo real. Mas esta mente é subtil e difícil de ver. Não é o mesmo que a mente dos sentidos. Todos querem ver esta mente e os que movem os pés e as mãos à sua luz são tão numerosos como as areias do Ganges, mas quando lhes perguntas, não conseguem explicá-la. Pertence-lhes e usam-na. Mas porque não a podem ver?... Só os sábios conhecem esta mente, esta mente chamada natureza do dharma, esta mente chamada libertação. Nem a vida nem a morte a pode libertar. Nada pode. Também se chama o Imparável Tathagata, o Incompreensível, o Eu Sagrado, o Imortal, o Grande Sábio. O nome varia mas não a essência."
Citações traduzidas livremente de The Zen Teaching of Bodhidharma
Imagem: Daruma, por Hakuin Ekaku (1685-1768) de http://www.shambhala.com/zenart/
Esta mente é descrita por Bodhidharma, o primeiro patriarca do Zen Chinês, como, desde tempos sem começo, nunca ter mudado. "Nunca viveu ou morreu, apareceu ou desapareceu, cresceu ou diminuiu. Não é pura nem impura, boa ou má, passado ou futuro. Não é verdadeira nem falsa. Não é macho ou fêmea. Não surge como um monge ou um laico, um ancião ou um noviço, um sábio ou um louco, um buda ou um mortal. Não procura a realização e não experimenta o karma. Não tem solidez ou forma. É como o espaço. Não o possuis e não o perdes. Os seus movimentos não podem ser bloqueados por montanhas, rios ou rochas. Nenhum karma pode restringir este corpo real. Mas esta mente é subtil e difícil de ver. Não é o mesmo que a mente dos sentidos. Todos querem ver esta mente e os que movem os pés e as mãos à sua luz são tão numerosos como as areias do Ganges, mas quando lhes perguntas, não conseguem explicá-la. Pertence-lhes e usam-na. Mas porque não a podem ver?... Só os sábios conhecem esta mente, esta mente chamada natureza do dharma, esta mente chamada libertação. Nem a vida nem a morte a pode libertar. Nada pode. Também se chama o Imparável Tathagata, o Incompreensível, o Eu Sagrado, o Imortal, o Grande Sábio. O nome varia mas não a essência."
Citações traduzidas livremente de The Zen Teaching of Bodhidharma
Imagem: Daruma, por Hakuin Ekaku (1685-1768) de http://www.shambhala.com/zenart/
domingo, março 06, 2005
Retiro na Ramallosa
A indispensável foto de grupo:
Retiro na la Ramallosa orientado por Lama Antonio - com a participação de portugueses e galegos - gente linda, não é?
Retiro na la Ramallosa orientado por Lama Antonio - com a participação de portugueses e galegos - gente linda, não é?
sexta-feira, março 04, 2005
Treino de Chi Kung
O Qi Gong/Chi Kung é uma arte milenar chinesa de treino a nível de energia. É um sistema de meditação em movimento, que afecta directamente o sistema fisiológico e ajuda a equilibrar os centros de energia vital (meridianos), prevenindo e curando as doenças e aumentando a tranquilidade e a concentração mental. Tem como objectivo a harmonia entre o ser físico e espiritual e pode ser praticada por qualquer um, independentemente de raça, cultura e religião.
Mas como tudo, só experimentando é que podemos saborear esta arte. Amanhã, sábado às 16h30, e na próxima terça-feira às 19h30, possibilidade de um aula gratuita sob a orientação do Professor Paulo Fernandes - na UBP Porto, rua Aníbal Cunha, 39, 2.º sala 3.
Mas como tudo, só experimentando é que podemos saborear esta arte. Amanhã, sábado às 16h30, e na próxima terça-feira às 19h30, possibilidade de um aula gratuita sob a orientação do Professor Paulo Fernandes - na UBP Porto, rua Aníbal Cunha, 39, 2.º sala 3.
quinta-feira, março 03, 2005
Retiro ZEN
Casa de Retiros de S. José - tem uma quinta e uma mata
SESSHIN - Retiro ZEN
~fim-de-semana da Páscoa~ de 25 a 27 de Março
será orientado por Amy Hollowell Sensei, a primeira sucessora de Roshi Catherine Genno Pagès. Amy Hollowell nasceu em Minneapolis, nos Estados Unidos, em 1958. Emigrou para França em 1981 no final dos seus estudos universitários. Actualmente é jornalista num quotidiano internacional com sede em Paris. É também poeta - os seus poemas foram publicados nos Estados Unidos e na Europa. Começou a estudar o Zen com Catherine Pagès em 1993 e ensina sob a sua direcção desde o ano 2000. Recebeu a transmissão do Dharma em 2004.
Local: Casa de Retiros de S. José CERNACHE (Coimbra)
Chegada: Sexta-feira dia 25 de Março pelas 17h
Despedida: Domingo dia 27, depois do almoço
Preço: inscrição - € 25 (para participação nos custos da viagem de Sensei) + €65 para o alojamento em quarto duplo (possibilidade de algumas pessoas ficarem sozinhas) e refeições vegetarianas
quarta-feira, março 02, 2005
workshop de meditação
O workshop é pensado para principiantes, e começará com uma introdução à postura complementada com exercícios que ajudam à flexibilidade. E, claro, haverá uma breve componente de introdução teórica aos vários tipos de meditação - para além da prática, claro. A data é que foi adiada. Pensamos que será no domingo dia 20 de Março pelas 15h30.
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