quarta-feira, abril 20, 2005
a Gota de Orvalho
O Gauxinim encorajou-o a pôr as mãos no Grande Rio, a provar a água. O anterior Rato Ocupado sentou-se numa pequena Rocha e ficou a olhar durante muito tempo para o Grande Rio. Estava a Amanhecer. Ele sentia-se diferente: fresco, vivo, aberto e sensível. Olhou uma auto-consciente Gota de Orvalho que estava a deslizar da ponta de uma folha para o rio, e quando a sua Admiração Tocou a superfície da Gota de Orvalho, o pequeno Rato ouviu a sua Canção:
"Molhada, pequena Gota de Orvalho
Cintilando ao Sol
A Cair no Rio
Voltando para a Mãe."
"Não te consigo ver. Parecem-me todas iguais."
"A Minha Mãe vai reconhecer-me" disse a Gota de Orvalho, ao ir para Casa.
Ocorreu ao Pequeno Rato, talvez fosse verdade, que o Grande Som do Grande Rio nada mais era que a fusão das Canções de todas as Gotas de Orvalho. Era uma ideia muito poderosa e a sua cabeça ficou um pouco tonta. Mais tarde lamentou não estar atento quando o Guaxinim descreveu três tipos de Gotas de Orvalho, aquelas que Sabem que vão para casa, aquelas que Imaginam que vão para casa, e aquelas que Duvidam que vão para casa.
"Se queres aprender mais, será necessário Abrir o Coração, pois um Coração Fechado será tão afectado pela sabedoria como esta pedra, que embora esteja neste rio há muito Ciclos Lunares, ainda tem um Coração Seco."
(excerto de uma tradução pessoal de um lenda ameríndia)