terça-feira, agosto 31, 2004

Chumani

Chumani é uma palavra sioux que significa "gota de orvalho". Escolhi-a... porque gosto dela, e evidentemente por todas as imagens que evoca. No Zen, temos o livro "Moon in a Dewdrop" (A Lua numa Gota de Orvalho), de Dogen: "Enlightenment is like the moon reflected on the water. The moon does not get wet, nor is the water broken. Although its light is wide and great, the moon is reflected even in a puddle an inch wide. The whole moon and the entire sky are reflected in dewdrops on the grass, or even in one drop of water." A Iluminação é como a lua reflectida na água. A lua não se molha, nem a água é perturbada. Embora a sua luz seja vasta, a lua reflecte-se até mesmo no charco mais minúsculo. Toda a lua e todo o céu se reflectem em gotas de orvalho na erva ou numa única gota de água.

Versão brasileira deste Genjokoan, o Koan da Vida Quotidiana, no Dharmanet


©JR 2004

Noutro passo: "Know that in this way there are myriads of forms and hundreds of grasses throughout the entire earth, and yet each grass and each form itself is the entire earth. The study of this is the beginning of practice." Sabei que nesta via há uma multitude de formas e centenas de ervas em toda a terra, todavia, cada erva e cada forma em si é toda a terra. Este estudo é o princípio da prática.

E depois: "Each moment is all being, is the entire world. Reflect now whether any being or any world is left out of the present moment." Cada momento é todo o ser, é o mundo inteiro. Reflecte agora se algum ser ou algum mundo é deixado de fora no momento presente.


Nota: claro que a foto é de Sogenji. E claro que a gota não é de orvalho... mas percebe-se a ideia :)

lovingkindness

Leitura do livro da Sharon Salzberg "Lovingkindness, the Revolutionary Art of Happiness"... no autocarro.

Da introdução: "Durante toda a nossa vida, ansiamos por nos amar mais profundamente, por nos sentirmos ligados aos outros. Em vez disso, contraímo-nos, receamos a intimidade, sofremos de um desconcertante sentimento de separação. Ansiamos por amor, mas todavia estamos sós. A ilusão de estarmos separados uns dos outros, de estarmos separados de tudo o que nos rodeia, está na origem de toda esta dor. Qual é a saída?"


©JR 2004

"A prática espiritual, ao erradicar as nossas mitologias pessoais de isolamento, põe a descoberto o coração radiante e feliz que todos nós possuímos e transmite esta luminosidade ao mundo. Descobrimos, por baixo dos conceitos de separação, uma ligação connosco e com todos os seres. Encontramos uma fonte de grande felicidade que está para além dos conceitos e das convenções. Libertarmo-nos da ilusão de separação permite-nos viver uma liberdade natural em vez de sermos conduzidos pelas ideias preconcebidas que temos sobre os nossos limites e fronteiras."

O Buda descreve a via espiritual que conduz a esta liberdade como "a libertação do coração que é amor".


Foto do João - temos um ficheiro cheio de flores de lótus!

segunda-feira, agosto 30, 2004

encontro no porto

Hoje é dia de lua cheia, o 30.º dia do calendário lunar. Dia de Amitaba Buda, o Buda da Luz Infinita. "És a própria Luz!", disse o Buda "You are the Light itself. Rely on yourself."

Vamos então tentar ver um pouco de luz.


Foto do João, em Sogenji