Palestra de Mestre Moriyama em Florianópolis, um assistente pergunta:
- Por que o budismo não tem um conceito de Deus?
Mestre Moriyama, muito sério:
- Só Deus sabe...
http://www.chalegre.com.br/zendo/
domingo, janeiro 30, 2005
A minha prática é a paciência
foto de http://www.amaravati.org/
Os monges Theravada que vamos receber em Abril pertencem ao mosteiro Amaravati, que segue a tradição da Floresta de Ajahn Chah. O responsável pelo mosteiro é Ajahn Sumedho que esperamos que um dia também possa cá vir. Esta palestra dele é muito interessante:
A minha prática é a paciência:
Quando fui pela primeira vez a Wat Pah Pong não conseguia entender a língua, Lao. E nessa altura Ajahn Chah estava no seu máximo, e dava três-quatro desanas (palestras) à noite. Ele não parava, e toda a gente o adorava, era um óptimo orador, com muito humor, e toda a gente adorava ouvi-lo. Mas quando não se compreendia a língua....! Ficava ali sentado a pensar ‘quando é que ele pára, estou a perder o meu tempo.’ E ficava mesmo zangado, a pensar: 'estou farto, vou-me embora'.
Mas não tinha lata para me ir embora, e ficava para ali a pensar: ‘Vou para outro mosteiro. Estou farto disto; não vou continuar com isto’. E então ele olhava para mim - ele tinha o mais radioso dos sorrisos - e dizia: ‘Estás bem?’ E de repente toda a cólera que se tinha acumulado durante essas três horas se desvanecia.
É interessante, não é? Depois de estar ali a torturar-me durante três horas, tudo pode apenas desaparecer. Então fiz o voto de que a minha prática seria a paciência, e que durante todo o tempo eu cultivaria a paciência. Iria a todas as palestras e sentar-me-ia o tempo todo, enquanto o conseguisse fisicamente. Estava determinado a não faltar, a não tentar sair e a praticar a paciência.
E ao fazê-lo comecei a perceber que a oportunidade de ser paciente me ajudou muito. A paciência é uma base muito sólida para a minha percepção e compreensão do Dhamma; sem isso teria vagueado e desviado do rumo, como acontece com tantas pessoas. Muitos ocidentais vieram para Wat Pah Pong e desviaram-se porque não eram pacientes. Não quiseram sentar-se durante as palestras de 3-4 horas e ser pacientes. Queriam ir para lugares onde pudessem obter iluminação súbita e ter o assunto rapidamente resolvido à maneira deles.
Através dos desejos egoístas e das ambições que nos guiam, mesmo no caminho espiritual, não podemos apreciar as coisas como elas são. Quando reflecti e contemplei a minha vida em Wat Pah Pong dei-me conta que na realidade era uma situação excelente: tinha um bom professor, tinha o suficiente para comer, os monges eram bons monges, os laicos eram muitos generosos e gentis e havia encorajamento para a prática do Dhamma. Isto é o melhor que se pode ter, é uma oportunidade maravilhosa. E contudo muitos ocidentais não o viam porque tinham tendência para pensar: ‘Não gosto disto; não quero aquilo; deveria ser doutra maneira’ E ‘O que eu penso é que... o que eu sinto é... Não quero ser incomodado com isto e aquilo.’
Naquela altura eu era um monge muito novo e uma noite Ajahn Chah levou-me a uma festa de aldeia - Acho que Satimanto Bhikkhu estava lá nessa altura. Éramos praticantes muito sérios e não queríamos nenhuma espécie de frivolidade ou tolice. E, claro, ir a uma festa de aldeia era a última coisa que gostaríamos de fazer - pois em todas aquelas aldeias, eles adoram altifalantes. Seja como for, Ajahn Chah levou-me e Satimanto a esta festa, e tivemos de ficar sentados toda a noite com o som roufenho dos altifalantes - e monges a falarem durante toda a noite! Eu só pensava 'Oh, quero voltar à minha gruta - monstros verdes e fantasmas esqueléticos são melhor do que isto tudo.’ Reparei que Satimanto, que era incrivelmente sério, parecia realmente zangado e crítico e muito infeliz. Ficámos ali sentados com um ar miserável. Eu pensava: 'Por que é que Ajahn Chah nos traz para estas coisas?'
Depois comecei a ver por mim. Lembro-me de ter ficado ali sentado a pensar: ‘Aqui estou eu, todo perturbado com isto. Será que é assim tão mau? O que é realmente mau é o que faço com a situação. A minha mente é que é realmente miserável. Altifalantes e barulho, distracções e insónias, posso eu bem com isso, mas é essa coisa horrível na minha cabeça que odeia, que se ressente com tudo e quer ir embora - é essa a verdadeira miséria!'
Nessa noite vi quanta miséria podia criar na minha mente sobre coisas que na verdade conseguia suportar. Lembro-me disso como uma percepção muito clara sobre aquilo que eu achava que era realmente miserável. Ao princípio culpava as pessoas, os altifalantes, o barulho e o desconforto – pensei que isso é que era o problema. Depois percebi que não era; era a minha mente que estava miserável.
Se reflectirmos e contemplarmos o Dhamma, aprendemos com as situações de que menos gostamos - se tivermos a vontade e a paciência para o fazer.
http://www.buddhistnews.tv/current/sumedho-160604.php
Appamâda.net
É um site lindo... e traduziram para espanhol um texto do Joseph Goldstein que tínhamos traduzido para português: Como praticar (seguir os links: textos, artículos)
Diálogo interreligioso
foto ©JR/Sogenji 2004
Gostava de ter tirado uma fotografia para comprovar um momento histórico na nossa prática de meditação dos sábados à tarde :) Tivemos um monge beneditino e um padre jesuíta a praticar connosco. Noutros países há grupos cristãos com uma tradição de prática do zazen. Encontrei algures na Internet um grupo de monges beneditinos que incorporou o zazen na sua prática diária, chamam-se White Robed Monks of St. Benedict. Como diz o mestre Zen Hôgen Yamahata "O Zen é a prática que nasceu da experiência do Buda Shakyamuni, o qual despertou para a realidade última da vida (o não-eu). Como tal, o Zen não pertence a nenhuma seita religiosa em particular. Podemos até encontrá-lo no Cristianismo, no Hinduísmo, nas cartas de S. Paulo, por exemplo, ou nas biografias de Ramakrishna. Por favor, não tirem nenhuma conclusão por eu ser um monge budista; em vez disso, descubram e realizem a raiz da vossa prática Zen através deste encontro quotidiano Aqui-Agora."
O monge beneditino que esteve connosco faz parte de uma comissão para o diálogo monástico interreligioso (DIM) e é assim que se encontra nas andanças do zazen: foi convidado para uma estadia num mosteiro japonês e tem de habituar-se a sentar! Do boletim do DIM: "... la experiencia mística, no solamente es múltiple porque son muchos y diversos los hombres que buscan el Rostro de Dios, sino también porque Dios mismo se revela más o menos según su libertad y según la capacidad de cada persona, y esta puede tener un cierto conocimiento de Dios ya en aquel deseo de absolut que le empuja a hacer un camino sin fin" Monacato y Mística, Divo Barsotti
sexta-feira, janeiro 28, 2005
A cura não é a ausência de sofrimento
"A atenção plena, uma consciência mais profunda, não é algo que possamos dirigir, que possamos criar só com o poder do nosso pensamento. A atenção plena é uma forma de estar que surge quando nos tornamos mais conscientes dos nossos impulsos habituais, da nossa natureza condicionada, dos nossos padrões de pensamento e de comportamento e começamos a não permitir que esses hábitos ditem a nossa forma de responder ao mundo. A atenção plena não deixa automaticamente de me fazer sentir invadido por pensamentos e por memórias, mas ajuda-me a viver numa relação mais harmoniosa com eles. Ao colocar a atenção na respiração, consigo ver que os pensamentos são apenas pensamentos - mudam, transformam-se e vão e vêm como nuvens passageiras. Podemos facilmente deixar-nos apanhar pelos nossos pensamentos, presos na ilusão de que são a realidade. Ao colocar a atenção na respiração, torno-me o observador dos pensamentos, sentimentos e percepções, sem me ligar a eles nem os rejeitar. Esta é a prática da atenção plena. Esta é uma prática que leva à libertação e à paz.
foto ©Calica 2004
Há ainda momentos em que as minhas experiências da guerra estão aqui no momento presente. Quando estes pensamentos, sentimentos e percepções entram fortemente na minha consciência concentro-me em nem me ligar ao que surge nem o rejeitar. Em vez disso concentro-me em apenas respirar, e ao mesmo tempo em estabelecer uma relação diferente, mais harmoniosa, com este sofrimento. Isto não significa que estes pensamentos, sentimentos e percepções desaparecem, pois isso não acontece. A cura não é a ausência de sofrimento. O que acontece é que através deste processo de estar mais presente na minha própria vida, paro de tentar rejeitar o sofrimento. Isto é cura e transformação. A prática da meditação da atenção plena sustém-me em participar na realidade da minha vida sem julgamento.
Para viver no momento presente e encontrar paz nas nossas vidas temos de estar atentos em tudo o que fazemos, em cada acto que iniciamos: a forma de abrir uma porta, a forma de colocar um prato no armário, a forma de trabalhar, a forma de falar com outra pessoa, a forma de atar os sapatos, de dar um passo, de sentar, de lavar os dentes, de conduzir um carro. Nem sempre é fácil. Facilmente nos deixamos distrair pelos pensamentos, por imagens do passado e do futuro, por sonhos, por esperanças, por arrependimentos. Portanto enquanto vivia na comunidade "Plum Village" em França, aprendi a prática de usar um sino para me lembrar para voltar à minha respiração, um sino de atenção plena. Durante as palestras e retiros, um sino soa de vez em quando. Quando ouvimos o sino, é um convite a voltar à nossa respiração.
O sino de atenção plena não é apenas um tradição budista. Na Idade Média era uma tradição cristã: quando o sino da igreja tocava, era um convite a parar de trabalhar e reflectir por um momento nos presentes que recebemos ou na natureza das nossas vidas.
Posso perder-me tão facilmente no passado e no futuro que por vezes trago um sino comigo e uso-o muitas vezes quando dou palestras para que todos parem e respirem e simplesmente estejam no presente. Mas não é necessário andar com um sino a sério. Se quisermos, podemos encontrar sinos de atenção plena por todo o lado. Se escutarmos com atenção, o sino toca constantemente à nossa volta."
Um extracto do livro de Claude Anshin Thomas, de que lemos outras passagen no encontro de ontem à noite na UBP.
foto ©Calica 2004
Há ainda momentos em que as minhas experiências da guerra estão aqui no momento presente. Quando estes pensamentos, sentimentos e percepções entram fortemente na minha consciência concentro-me em nem me ligar ao que surge nem o rejeitar. Em vez disso concentro-me em apenas respirar, e ao mesmo tempo em estabelecer uma relação diferente, mais harmoniosa, com este sofrimento. Isto não significa que estes pensamentos, sentimentos e percepções desaparecem, pois isso não acontece. A cura não é a ausência de sofrimento. O que acontece é que através deste processo de estar mais presente na minha própria vida, paro de tentar rejeitar o sofrimento. Isto é cura e transformação. A prática da meditação da atenção plena sustém-me em participar na realidade da minha vida sem julgamento.
Para viver no momento presente e encontrar paz nas nossas vidas temos de estar atentos em tudo o que fazemos, em cada acto que iniciamos: a forma de abrir uma porta, a forma de colocar um prato no armário, a forma de trabalhar, a forma de falar com outra pessoa, a forma de atar os sapatos, de dar um passo, de sentar, de lavar os dentes, de conduzir um carro. Nem sempre é fácil. Facilmente nos deixamos distrair pelos pensamentos, por imagens do passado e do futuro, por sonhos, por esperanças, por arrependimentos. Portanto enquanto vivia na comunidade "Plum Village" em França, aprendi a prática de usar um sino para me lembrar para voltar à minha respiração, um sino de atenção plena. Durante as palestras e retiros, um sino soa de vez em quando. Quando ouvimos o sino, é um convite a voltar à nossa respiração.
O sino de atenção plena não é apenas um tradição budista. Na Idade Média era uma tradição cristã: quando o sino da igreja tocava, era um convite a parar de trabalhar e reflectir por um momento nos presentes que recebemos ou na natureza das nossas vidas.
Posso perder-me tão facilmente no passado e no futuro que por vezes trago um sino comigo e uso-o muitas vezes quando dou palestras para que todos parem e respirem e simplesmente estejam no presente. Mas não é necessário andar com um sino a sério. Se quisermos, podemos encontrar sinos de atenção plena por todo o lado. Se escutarmos com atenção, o sino toca constantemente à nossa volta."
Um extracto do livro de Claude Anshin Thomas, de que lemos outras passagen no encontro de ontem à noite na UBP.
quarta-feira, janeiro 26, 2005
Datas auspiciosas do calendário tibetano em 2005
25 de Janeiro - Dia de Buda Amitabha. Lua Cheia. Sojong
28 de Janeiro - Paranirvama de LONGCHEMPA
3 de Fevereiro - Paranirvana de Tulku URGYEN RINPOCHE
4 de Fevereiro - Dia de Dakinis
7 de Fevereiro - Dia dos Dharmapalas (Protectores dos Ensinamentos de Buda)
8 de FEVEREIRO - Dia de Buda Shakyamuni. Lua Nova (PASSAGEM
DO ANO - PRÁTICA na UBP PORTO e LISBOA)
9 de FEVEREIRO - Losar - o Novo Ano Tibetano 2132 O Ano do Pássaro de Madeira
Nestas datas e nos 15 dias seguintes devemos procurar libertar vidas, realizar doações, ajudar os seres e recitar muitas vezes o Mantra do BUDA SHAKYAMUNI
28 de Janeiro - Paranirvama de LONGCHEMPA
3 de Fevereiro - Paranirvana de Tulku URGYEN RINPOCHE
4 de Fevereiro - Dia de Dakinis
7 de Fevereiro - Dia dos Dharmapalas (Protectores dos Ensinamentos de Buda)
8 de FEVEREIRO - Dia de Buda Shakyamuni. Lua Nova (PASSAGEM
DO ANO - PRÁTICA na UBP PORTO e LISBOA)
9 de FEVEREIRO - Losar - o Novo Ano Tibetano 2132 O Ano do Pássaro de Madeira
Nestas datas e nos 15 dias seguintes devemos procurar libertar vidas, realizar doações, ajudar os seres e recitar muitas vezes o Mantra do BUDA SHAKYAMUNI
Carta de Harada Roshi
Mais uma carta de Harada Roshi online, esta vem na sequência das catástrofes de fim de ano:
http://www.onedropzendo.org/newsletters/2005jan_66.html
http://www.onedropzendo.org/newsletters/2005jan_66.html
segunda-feira, janeiro 24, 2005
À porta do inferno
Claude Ashin Thomas é um veterano do Vietname. A guerra veio na sequência natural da violência que conhecia desde criança. Aos 18 anos já era responsável pela morte de milhares de pessoas e tinha testemunhado todos os horrores. Recebeu medalhas e louvores. E quando voltou para a pátria, descobriu que continuava em guerra. A culpa, o medo, a raiva foram intensificados pela rejeição da sociedade americana em relação aos veteranos do Vietname. Não aceitava intimidade, não conseguia manter uma relação, bebia, drogava-se e chegou a viver como sem-abrigo. A recuperação veio através do mesmo povo que ajudara a matar. Ao conhecer o mestre Zen vietnamita Thich Naht Hanh entrou em contacto com a via de Buda e assim estabeleceu as bases para a sua cura. Foi ordenado monge Zen por Bernie Glassman, e tornou-se um monge mendicante. Faz peregrinações para a promoção da paz e da não-violência a lugares como a Bósnia, Auschwitz, Afeganistão, Vetname, o Médio Oriente. O livro que acabou de publicar é espantoso. Convidámo-lo a vir a Portugal e ele aceitou!
imagem de www.zaltho.org/
sábado, janeiro 22, 2005
Vacuidade
Tive notícia de um grupo sobre Krishnamurti e aqui vai uma mensagem:
Sai para a rua numa noite límpida e olha para o céu. Os milhares de estrelas que podes enxergar a olho nu não passam de uma simples fracção centesimal do que existe nele. Mil milhões de galáxias já podem ser detectadas por meio dos mais poderosos telescópios, cada galáxia é um "universo ilha" contendo milhares de milhões de estrelas. E, no entanto, o que é ainda mais assombroso é a infinidade do próprio espaço, a profundidade e a quietude que permite que toda essa magnificência seja. Nada é mais assombroso e majestoso do que a vastidão e a quietude inconcebível do espaço e, no entanto, o que é ele? Vacuidade, vasta vacuidade.
O que nos aparece como espaço no nosso Universo percebido através da mente e dos sentidos é o próprio Não-Manifesto exteriorizado. É o "corpo" de Deus. E o maior milagre é este: essa quietude e vastidão que permite ao Universo ser, não está apenas lá fora no espaço - está também dentro de ti.
Eckhart Tolle
Sai para a rua numa noite límpida
Sai para a rua numa noite límpida e olha para o céu. Os milhares de estrelas que podes enxergar a olho nu não passam de uma simples fracção centesimal do que existe nele. Mil milhões de galáxias já podem ser detectadas por meio dos mais poderosos telescópios, cada galáxia é um "universo ilha" contendo milhares de milhões de estrelas. E, no entanto, o que é ainda mais assombroso é a infinidade do próprio espaço, a profundidade e a quietude que permite que toda essa magnificência seja. Nada é mais assombroso e majestoso do que a vastidão e a quietude inconcebível do espaço e, no entanto, o que é ele? Vacuidade, vasta vacuidade.
O que nos aparece como espaço no nosso Universo percebido através da mente e dos sentidos é o próprio Não-Manifesto exteriorizado. É o "corpo" de Deus. E o maior milagre é este: essa quietude e vastidão que permite ao Universo ser, não está apenas lá fora no espaço - está também dentro de ti.
Eckhart Tolle
Sai para a rua numa noite límpida
sexta-feira, janeiro 21, 2005
Posturas para Meditar
Mais um texto interessante na sala de estudos de Nalanda: Posturas para Meditar. Fico muito satisfeita por a autora aconselhar a minha posição favorita, a birmanesa :)
Por falar em som
o Nuno é um dos primeiros massagistas de som formado em Portugal pela escola Peter Hess e (passe a publicidade) está disponível para consultas.
quarta-feira, janeiro 19, 2005
O verdadeiro som da verdade
Do site sobre o significado do mantra Om Mani Padme Hum gosto especialmente desta história, que para já vai em inglês, mas há uma versão brasileira aqui!:
A devoted meditator, after years concentrating on a particular mantra, had attained enough insight to begin teaching. The student's humility was far from perfect, but the teachers at the monastery were not worried.
A few years of successful teaching left the meditator with no thoughts about learning from anyone; but upon hearing about a famous hermit living nearby, the opportunity was too exciting to be passed up.
The hermit lived alone on an island at the middle of a lake, so the meditator hired a man with a boat to row across to the island. The meditator was very respectful of the old hermit. As they shared some tea made with herbs the meditator asked him about his spiritual practice. The old man said he had no spiritual practice, except for a mantra which he repeated all the time to himself. The meditator was pleased: the hermit was using the same mantra he used himself -- but when the hermit spoke the mantra aloud, the meditator was horrified!
"What's wrong?" asked the hermit.
"I don't know what to say. I'm afraid you've wasted your whole life! You are pronouncing the mantra incorrectly!"
"Oh, Dear! That is terrible. How should I say it?"
The meditator gave the correct pronunciation, and the old hermit was very grateful, asking to be left alone so he could get started right away. On the way back across the lake the meditator, now confirmed as an accomplished teacher, was pondering the sad fate of the hermit.
"It's so fortunate that I came along. At least he will have a little time to practice correctly before he dies." Just then, the meditator noticed that the boatman was looking quite shocked, and turned to see the hermit standing respectfully on the water, next to the boat.
"Excuse me, please. I hate to bother you, but I've forgotten the correct pronunciation again. Would you please repeat it for me?"
"You obviously don't need it," stammered the meditator; but the old man persisted in his polite request until the meditator relented and told him again the way he thought the mantra should be pronounced.
The old hermit was saying the mantra very carefully, slowly, over and over, as he walked across the surface of the water back to the island.
A devoted meditator, after years concentrating on a particular mantra, had attained enough insight to begin teaching. The student's humility was far from perfect, but the teachers at the monastery were not worried.
A few years of successful teaching left the meditator with no thoughts about learning from anyone; but upon hearing about a famous hermit living nearby, the opportunity was too exciting to be passed up.
The hermit lived alone on an island at the middle of a lake, so the meditator hired a man with a boat to row across to the island. The meditator was very respectful of the old hermit. As they shared some tea made with herbs the meditator asked him about his spiritual practice. The old man said he had no spiritual practice, except for a mantra which he repeated all the time to himself. The meditator was pleased: the hermit was using the same mantra he used himself -- but when the hermit spoke the mantra aloud, the meditator was horrified!
"What's wrong?" asked the hermit.
"I don't know what to say. I'm afraid you've wasted your whole life! You are pronouncing the mantra incorrectly!"
"Oh, Dear! That is terrible. How should I say it?"
The meditator gave the correct pronunciation, and the old hermit was very grateful, asking to be left alone so he could get started right away. On the way back across the lake the meditator, now confirmed as an accomplished teacher, was pondering the sad fate of the hermit.
"It's so fortunate that I came along. At least he will have a little time to practice correctly before he dies." Just then, the meditator noticed that the boatman was looking quite shocked, and turned to see the hermit standing respectfully on the water, next to the boat.
"Excuse me, please. I hate to bother you, but I've forgotten the correct pronunciation again. Would you please repeat it for me?"
"You obviously don't need it," stammered the meditator; but the old man persisted in his polite request until the meditator relented and told him again the way he thought the mantra should be pronounced.
The old hermit was saying the mantra very carefully, slowly, over and over, as he walked across the surface of the water back to the island.
terça-feira, janeiro 18, 2005
prática de oração
Vai começar às quartas, sob a orientação de Nuno Peixoto (o som é a via dele!), promete muita prática de mantras! "Orientar" é muito pomposo, quer dizer que estará lá para abrir a porta e quem quiser aparecer, pratica também! Para uma analfabeta musical como eu, vai ser o paraíso.
Este site é óptimo: The Meaning of the Mantra in Tibetan Buddhism
Este site é óptimo: The Meaning of the Mantra in Tibetan Buddhism
sábado, janeiro 15, 2005
Tsa-Lung - cura com as mãos
Nos dias 5 e 6 de Fevereiro o workshop orientado pelo lama médico tibetano Lobsang Thamcho Nyima será sobre Tsa-Lung.
Tsa-Lung, que se pode traduzir por "Cura com as mãos", significa literalmente "canais de vento". É uma técnica especial para cura com energia. Segundo a tradição, esta técnica tem milhares de anos e foi preservada no Tibete, estando na origem do Reiki e da Acupunctura.
A técnica Tsa-Lung envolve vários passos. Primeiro, o nosso próprio corpo é preparado para curar. Os canais do corpo têm de ser abertos através de exercícios de respiração, movimentos físicos e meditação, os elementos e os humores têm de ser equilibrados.
Em segundo lugar, um certo tipo de energia de calor tem de ser gerada, mais uma vez através da meditação. Quando conseguimos gerar este calor, este pode ser usado para libertar a energia curativa de vários pontos do nosso corpo. Depois, usamos um ou mais tipos de energia dos ventos para guiar esta energia para a pessoa que está sob tratamento. Finalmente as energias curativas fazem sentir o seu efeito benéfico no corpo do paciente, abrindo canais, restaurando o equilíbrio dos elementos e ajudando na regeneração de tecidos danificados.
informação e imagem de http://www.nangtenmenlang.org
Tsa-Lung, que se pode traduzir por "Cura com as mãos", significa literalmente "canais de vento". É uma técnica especial para cura com energia. Segundo a tradição, esta técnica tem milhares de anos e foi preservada no Tibete, estando na origem do Reiki e da Acupunctura.
A técnica Tsa-Lung envolve vários passos. Primeiro, o nosso próprio corpo é preparado para curar. Os canais do corpo têm de ser abertos através de exercícios de respiração, movimentos físicos e meditação, os elementos e os humores têm de ser equilibrados.
Em segundo lugar, um certo tipo de energia de calor tem de ser gerada, mais uma vez através da meditação. Quando conseguimos gerar este calor, este pode ser usado para libertar a energia curativa de vários pontos do nosso corpo. Depois, usamos um ou mais tipos de energia dos ventos para guiar esta energia para a pessoa que está sob tratamento. Finalmente as energias curativas fazem sentir o seu efeito benéfico no corpo do paciente, abrindo canais, restaurando o equilíbrio dos elementos e ajudando na regeneração de tecidos danificados.
informação e imagem de http://www.nangtenmenlang.org
o que aproxima budistas e católicos?
O encontro inter-religioso entre a Tsering e representantes católicos vai decorrer na sexta-feira dia 11 de Fevereiro pelas 21h na sede do CREU (em Oliveira Monteiro). O tema, "A Questão do Sofrimento - o que aproxima budistas e católicos?" visa partilhar experiências no âmbito do projecto Amara. "Só quando tomarmos consciência do nosso papel, por mais pequeno que seja, é que podemos ser felizes, viver e morrer em paz porque o que dá sentido à vida dá sentido à morte. Saint-Exupéry"
Entretanto ela manda-nos beijinhos pralinés (está em Bruxelas!)
Entretanto ela manda-nos beijinhos pralinés (está em Bruxelas!)
quarta-feira, janeiro 12, 2005
Paciência
A paciência recorda-nos que o que está à nossa frente é apenas este momento, apenas este passo, apenas esta respiração.
Joseph Goldstein
Joseph Goldstein
domingo, janeiro 09, 2005
MUSHIN
"Quando um pião gira a grande velocidade, dá a impressão que está imóvel. Uma hélice em movimento parece não existir. Quando estamos num estado centrado e liberto, estamos livres da habitual consciência de ‘si’ e penetramos num oceano sem ego.
Um espelho reflecte os objectos sem distorções. A não-mente (mushin) é como um verdadeiro espelho, no qual podemos ver as coisas tal com elas são. Ver as coisas tal como elas são é a acção da não-mente e, simultaneamente, o reflexo directo da nossa vida mais pura e da compassiva natureza original. Ser como um espelho vazio é agir com frescura, novidade, de maneira directa, sem qualquer interferência da mente.
Enquanto pensarmos ‘não-mente’, não estamos em verdadeira não-mente; de facto, não há nenhuma distinção entre a ‘mente’ e a ‘não-mente’. A‘não-mente’ não é algo a ter em mente, mas sim as respostas espontâneas, livres em todas as nossas actividades diárias sem as superficiais intenções conscientes; o produto da actividade do intelecto é queimado sem deixar vestígios.
«Um dia o mestre Zen Ikkyu e o seu assistente passavam perto de uma loja onde alguém fritava enguias. “Que cheiro delicioso”, observou Ikkyu. Continuaram a caminhar em silêncio durante mais algum tempo, até que o assistente não se conteve mais. “Nós, monges, não comemos seres vivos”, desabafou, “e não lhe fica nada bem dizer tais coisas”. “Eu deixei lá as enguias”, respondeu Ikkyu. “Será que tu ainda as trazes contigo?»
Não podemos aspirar assim a esse estado de vazio absoluto pelo esforço deliberado de pôr fim a todos os nossos pensamentos. Seria um inútil devaneio, por mil anos que prosseguíssemos em tal prática. Devíamos estar já em não-mente. Aqui-Agora. As nossas acções provocam dano ao não estarmos em não-mente e contudo ao não estarmos em não-mente o universo não deixa de se mover na sua paz original."
Texto lido de Hogen Yamahata (No Caminho Aberto, ed. Assírio e Alvim) durante o nosso retiro citadino de domingo (que dia! vocês são lindos!)
Um espelho reflecte os objectos sem distorções. A não-mente (mushin) é como um verdadeiro espelho, no qual podemos ver as coisas tal com elas são. Ver as coisas tal como elas são é a acção da não-mente e, simultaneamente, o reflexo directo da nossa vida mais pura e da compassiva natureza original. Ser como um espelho vazio é agir com frescura, novidade, de maneira directa, sem qualquer interferência da mente.
Enquanto pensarmos ‘não-mente’, não estamos em verdadeira não-mente; de facto, não há nenhuma distinção entre a ‘mente’ e a ‘não-mente’. A‘não-mente’ não é algo a ter em mente, mas sim as respostas espontâneas, livres em todas as nossas actividades diárias sem as superficiais intenções conscientes; o produto da actividade do intelecto é queimado sem deixar vestígios.
«Um dia o mestre Zen Ikkyu e o seu assistente passavam perto de uma loja onde alguém fritava enguias. “Que cheiro delicioso”, observou Ikkyu. Continuaram a caminhar em silêncio durante mais algum tempo, até que o assistente não se conteve mais. “Nós, monges, não comemos seres vivos”, desabafou, “e não lhe fica nada bem dizer tais coisas”. “Eu deixei lá as enguias”, respondeu Ikkyu. “Será que tu ainda as trazes contigo?»
Não podemos aspirar assim a esse estado de vazio absoluto pelo esforço deliberado de pôr fim a todos os nossos pensamentos. Seria um inútil devaneio, por mil anos que prosseguíssemos em tal prática. Devíamos estar já em não-mente. Aqui-Agora. As nossas acções provocam dano ao não estarmos em não-mente e contudo ao não estarmos em não-mente o universo não deixa de se mover na sua paz original."
Texto lido de Hogen Yamahata (No Caminho Aberto, ed. Assírio e Alvim) durante o nosso retiro citadino de domingo (que dia! vocês são lindos!)
sexta-feira, janeiro 07, 2005
Medicina Tibetana
Lama Lobsang Thamcho Nyima vai estar no Porto!
Dia 4 de Fevereiro: consultas - marcação pelo telefone 919414743
Palestra de Introdução à Medicina Tibetana às 21h na Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto, Rua Dr. Plácido Costa, 91
Dia 5 e 6 workshop: Tsa-Lung (Cura com as mãos) - na sede da UBP Porto, Rua Aníbal Cunha, 39 - 2.º sala 3
De acordo com a Medicina Tibetana, a doença consiste num desequilíbrio entre os cinco elementos que constituem o corpo humano (terra, água, fogo, ar e espaço), o espírito e o meio ambiente.
A saúde é a harmonia entre o microcosmos e o macrocosmos; o corpo e o universo; - o microcosmos e o macrocosmos, unidos pelos cinco elementos que são energias cósmicas, encontram-se como que dançando um com o outro e quando essa dança entra em desarmonia com o espírito que os coloca em movimento, surge a doença.
Na Medicina Tibetana o diagnóstico da doença é principalmente feito pelo pulso, através da colocação de três dedos da mão do médico (indicador, médio e anelar) no pulso do doente, bem como pela observação atenta das características morfológicas e psicológicas do doente, além do exame da língua, urina e sangue.
Um médico tibetano aconselha o seu paciente a três níveis: correcção da atitude psicológica e do comportamento quotidiano, conselhos dietéticos e medicamentos à base de substâncias vegetais e minerais preparados em Dharamsala, na Índia.
Este sistema produz muito bons resultados nas situações de doenças crónicas, desequilíbrios psicológicos ligeiros, reumatismo, tendo-se, também revelado interessantes as intervenções em situações de esclerose em placas, bem como o trabalho de acompanhamento de pacientes com doenças graves (cancro, SIDA).
Imagem de um dos meus sites preferidos sobre Medicina Tibetana: http://www.dharma-haven.org
Dia 4 de Fevereiro: consultas - marcação pelo telefone 919414743
Palestra de Introdução à Medicina Tibetana às 21h na Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto, Rua Dr. Plácido Costa, 91
Dia 5 e 6 workshop: Tsa-Lung (Cura com as mãos) - na sede da UBP Porto, Rua Aníbal Cunha, 39 - 2.º sala 3
De acordo com a Medicina Tibetana, a doença consiste num desequilíbrio entre os cinco elementos que constituem o corpo humano (terra, água, fogo, ar e espaço), o espírito e o meio ambiente.
A saúde é a harmonia entre o microcosmos e o macrocosmos; o corpo e o universo; - o microcosmos e o macrocosmos, unidos pelos cinco elementos que são energias cósmicas, encontram-se como que dançando um com o outro e quando essa dança entra em desarmonia com o espírito que os coloca em movimento, surge a doença.
Na Medicina Tibetana o diagnóstico da doença é principalmente feito pelo pulso, através da colocação de três dedos da mão do médico (indicador, médio e anelar) no pulso do doente, bem como pela observação atenta das características morfológicas e psicológicas do doente, além do exame da língua, urina e sangue.
Um médico tibetano aconselha o seu paciente a três níveis: correcção da atitude psicológica e do comportamento quotidiano, conselhos dietéticos e medicamentos à base de substâncias vegetais e minerais preparados em Dharamsala, na Índia.
Este sistema produz muito bons resultados nas situações de doenças crónicas, desequilíbrios psicológicos ligeiros, reumatismo, tendo-se, também revelado interessantes as intervenções em situações de esclerose em placas, bem como o trabalho de acompanhamento de pacientes com doenças graves (cancro, SIDA).
Imagem de um dos meus sites preferidos sobre Medicina Tibetana: http://www.dharma-haven.org
quinta-feira, janeiro 06, 2005
Concerto de Solidariedade
THE GIFT, MESA, CLÃ, FINGERTIPS e XUTOS E PONTAPÉS, entre outros, reúnem-se num grande concerto de solidariedade para com as vítimas do tsunami.
Tendo em conta que a Fundação AMI – Assistência Médica Internacional foi a primeira ONG a prestar apoio ao sudeste asiático, encontrando-se neste momento no Sri Lanka uma equipa a auxiliar uma população que se debate com cerca de 30 mil mortos já confirmados neste país, o núcleo AMIarte espera a presença massiva do público neste evento de solidariedade, considerando que a receita de bilheteira será inteiramente aplicada pela Fundação AMI no auxílio às vítimas do tsunami.
O concerto MÚSICA E SOLIDARIEDADE: AMI pela ÁSIA tem lugar no COLISEU DO PORTO, no próximo dia 22 de Janeiro, às 21h30.
Bilhetes à venda no Coliseu do Porto e nas lojas Fnac
Reserva para AMI: 22 5100701
AMIarte
Delegação do Norte da Fundação AMI
Rua da Lomba, 153, Porto
Telef: 225100701 fax: 225104816
Tendo em conta que a Fundação AMI – Assistência Médica Internacional foi a primeira ONG a prestar apoio ao sudeste asiático, encontrando-se neste momento no Sri Lanka uma equipa a auxiliar uma população que se debate com cerca de 30 mil mortos já confirmados neste país, o núcleo AMIarte espera a presença massiva do público neste evento de solidariedade, considerando que a receita de bilheteira será inteiramente aplicada pela Fundação AMI no auxílio às vítimas do tsunami.
O concerto MÚSICA E SOLIDARIEDADE: AMI pela ÁSIA tem lugar no COLISEU DO PORTO, no próximo dia 22 de Janeiro, às 21h30.
Bilhetes à venda no Coliseu do Porto e nas lojas Fnac
Reserva para AMI: 22 5100701
AMIarte
Delegação do Norte da Fundação AMI
Rua da Lomba, 153, Porto
Telef: 225100701 fax: 225104816
segunda-feira, janeiro 03, 2005
Retiro Zen
O próximo retiro Zen será no fim-de-semana da Páscoa, e será orientado por Amy Hollowell Sensei, a primeira sucessora de Sensei Catherine Genno Pagès. Amy Hollowell nasceu em Minneapolis, nos Estados Unidos, em 1958. Emigrou para França em 1981 no final dos seus estudos universitários. Actualmente é jornalista num quotidiano internacional com sede em Paris. É também poeta - os seus poemas foram publicados nos Estados Unidos e na Europa. Começou a estudar o Zen com Catherine Pagès em 1993 e ensina sob a sua direcção desde o ano 2000. Recebeu a transmissão do Dharma em 2004.
Perguntas e respostas
Um texto publicado online, cortesia da Assírio Alvim e de José Eduardo Reis: Uma realidade, uma vida, capítulo de Perguntas e respostas extraído do livro No Caminho Aberto, de HÔGEN (DAIDÔ) YAMAHATA, tradução José Eduardo Reis e Shingen Manuel Zimbro, Lisboa, Assírio e Alvim, Outubro 1993
domingo, janeiro 02, 2005
Retiro na cidade
Alguns de nós começaram o ano da melhor maneira possível: em meditação. No próximo domingo, dia 9 de Janeiro, vamos fazer um período intenso de prática. Começamos às 6 da manhã para estar presentes quando o dia nascer. De resto, terá a estrutura de um retiro Zen, períodos de meditação sentada, em andamento, leitura de sutras, uma actividade no exterior (provavelmente nos jardins do Palácio), para além dos necessários intervalos para chá, bolachas, e o almoço. Uma oportunidade de sair da distracção em que habitualmente estamos submergidos.
SEAT and DIE FOTO ©JR/Sogenji 2004
"A mente, ou consciência, está no coração da teoria e prática budistas, e nos últimos 2500 anos, meditadores têm vindo a investigá-la e a usá-la como um meio de transcender a existência insatisfatória e de atingir a paz perfeita. Diz-se que toda a felicidade, comum e sublime, é atingida pela compreensão e transformação de nossa própria mente.
Um tipo de energia não-física, a função da mente é conhecer, experienciar. É a própria consciência. É clara por natureza e reflecte tudo o que experiencia, assim como um lago calmo reflecte as montanhas e florestas que estão ao seu redor.
A mente muda de momento a momento. É um continuum sem início, como um fluxo sempre em movimento: o momento-mental prévio dá origem a este momento-mental, que dá origem ao próximo momento-mental e assim por diante. É o nome geral dado à totalidade das nossas experiências conscientes e inconscientes: cada um de nós é o centro de um mundo de pensamentos, percepções, sentimentos, memórias, sonhos — tudo isto é a mente.
A mente não é uma coisa física que tem pensamentos e sentimentos; essas próprias experiências são a mente. Por ser sem matéria, ela é diferente do corpo, apesar de mente e corpo serem interconectados e interdependentes. Este relacionamento explica porque, por exemplo, as doenças e os desconfortos físicos podem afectar a mente, e porque as atitudes mentais, por sua vez, podem dar origem tanto à cura quanto aos problemas físicos.
A mente pode ser comparada a um oceano, e os eventos mentais momentâneos — como a felicidade, a irritação, as fantasias e a tristeza — às ondas que sobem e descem sobre sua superfície. Assim como as ondas podem ser apaziguadas para revelar a calma das profundezas do oceano, assim também é possível acalmar a turbulência de nossa mente para revelar a sua clareza natural.
A habilidade para fazer isto está dentro da própria mente, e a chave para a mente é a meditação.
(McDonald, Kathleen. How to Meditate: A Practical Guide
adaptação da edição de Robina Courtin. Ithaca: Snow Lion, 1998)
SEAT and DIE FOTO ©JR/Sogenji 2004
"A mente, ou consciência, está no coração da teoria e prática budistas, e nos últimos 2500 anos, meditadores têm vindo a investigá-la e a usá-la como um meio de transcender a existência insatisfatória e de atingir a paz perfeita. Diz-se que toda a felicidade, comum e sublime, é atingida pela compreensão e transformação de nossa própria mente.
Um tipo de energia não-física, a função da mente é conhecer, experienciar. É a própria consciência. É clara por natureza e reflecte tudo o que experiencia, assim como um lago calmo reflecte as montanhas e florestas que estão ao seu redor.
A mente muda de momento a momento. É um continuum sem início, como um fluxo sempre em movimento: o momento-mental prévio dá origem a este momento-mental, que dá origem ao próximo momento-mental e assim por diante. É o nome geral dado à totalidade das nossas experiências conscientes e inconscientes: cada um de nós é o centro de um mundo de pensamentos, percepções, sentimentos, memórias, sonhos — tudo isto é a mente.
A mente não é uma coisa física que tem pensamentos e sentimentos; essas próprias experiências são a mente. Por ser sem matéria, ela é diferente do corpo, apesar de mente e corpo serem interconectados e interdependentes. Este relacionamento explica porque, por exemplo, as doenças e os desconfortos físicos podem afectar a mente, e porque as atitudes mentais, por sua vez, podem dar origem tanto à cura quanto aos problemas físicos.
A mente pode ser comparada a um oceano, e os eventos mentais momentâneos — como a felicidade, a irritação, as fantasias e a tristeza — às ondas que sobem e descem sobre sua superfície. Assim como as ondas podem ser apaziguadas para revelar a calma das profundezas do oceano, assim também é possível acalmar a turbulência de nossa mente para revelar a sua clareza natural.
A habilidade para fazer isto está dentro da própria mente, e a chave para a mente é a meditação.
(McDonald, Kathleen. How to Meditate: A Practical Guide
adaptação da edição de Robina Courtin. Ithaca: Snow Lion, 1998)
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