terça-feira, setembro 21, 2004

Meditação Metta

Hoje à noite, na nossa sala, em Aníbal Cunha, vamos praticar meditação Shamatha e Metta. A meditação Shamatha visa a calma mental e o método mais usado é a atenção à respiração. A palavra Metta pode ser traduzida por "Amor", o primeiro dos Quatro Pensamentos Ilimitados (os outros são a Compaixão, o Regozijo pela felicidade de outrém e a Equanimidade). Frequentemente o que entendemos como amor é mais do domínio do apego/egoísmo ou de uma espécie de "troca". O sentido de metta, pelo contrário, é o de um amor/amizade incondicional. Amizade para connosco e para com tudo o que nos rodeia.

A meditação Metta visa atenuar as barreiras que criámos ao nosso redor e assim estabelecer uma conexão com o mundo. A prática começa connosco, com a abertura a tudo o que somos - não só ao lado que gostamos ou que mostramos ao mundo, mas a tudo o que somos ou apenas suspeitamos que somos. Para isso repetimos frases do tipo "que eu seja feliz", "que eu esteja em paz", algo que desejamos profundamente para nós mesmos. O exacto teor destas frases não é tão importante quanto a vontade de nos englobar e nos tornarmos amigos de tudo aquilo que somos. Só depois passamos para outros seres: alguém de quem gostamos (pode ser um animal), alguém que nos é indiferente e depois alguém com quem temos "problemas". Podemos não começar com alguém com quem tenhamos ENORMES dificuldades se não estivermos dispostos a isso, pois o objectivo não é forçar uma abertura de coração que ainda não exista. Finalmente, incluimos todos os seres neste "abraço" de amizade. Enviamos as frases que escolhemos em todas as direcções, incluindo todos os seres, sem exclusões. No final, um período de silêncio.

Sempre que voltamos a mente para algo de bom, para pensamentos de amor, sempre que praticamos actos de generosidade, incluindo a meditação, estamos a gerar uma energia positiva e a força desta energia influencia a "nossa" vida, a própria vida.