O programa da RTP2 A Fé dos Homens de ontem, mostrava imagens da conferência que a sensei Catherine Genno Pagès fez em Lisboa. A sensei usou expressamente a palavra dukkha, ao mencionar as Quatro Nobres Verdades, em vez da tradução frequentemente usada, sofrimento, que no Ocidente e com a nossa educação judaico-cristã, remete frequentemente para o mundo como um "vale de lágrimas", quando dukkha é muito mais abrangente e subtil. Ultimamente encontro a palavra "insatisfação", para significar a insatisfação inerente a toda a existência condicionada. Ou seja, isto nem sempre é um vale de lágrimas, aliás, há momentos de muita satisfação, realização pessoal, alegria, até felicidade. Mas mesmo nesses momentos, algo está latente, um desconforto, uma incerteza - trata-se de dukkha.
Uma definição contemporânea, de Francis Story:
Dukkha é...
Perturbação, irritação, depressão, preocupação, desespero, medo, temor, angústia, ansiedade, vulnerabilidade, ferimento, inabilidade, inferioridade; enfermidade, envelhecimento, decadência do corpo e faculdades, senilidade, dor/prazer; excitação/tédio; privação/excesso; desejo/frustração, supressão; saudades/estar sem rumo; esperança/sem esperança; esforço, atividade, esforço/repressão; perda, querer, insuficiência/saciedade; amor/falta de amor, falta de amigos; antipatia, aversão/atracção; paternidade/desprovido de filhos; submissão/rebelião; decisão/indecisão, vacilação, incerteza.
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