"Primeiro de tudo, deves compreender que as nossas mentes não estão separadas da Mente, e, se leste alguns textos Ch’an (Zen), saberás que esta é a única realidade. Conhecida na sua quintessência como a Vacuidade ou o que vocês ingleses chamam Última Realidade, é simultaneamente o reino da forma, a matriz de míriade objectos, como Lao-Tzu o coloca. De maneira alguma devem ser vistos como separados. A Vacuidade e o mundo da forma não são dois! Não existe passagem de um mundo para o outro, só a transmutação do teu modo de percepção. A Mente é como um oceano ilimitado de luz, ou espaço infinito, do qual brota Bodhi, uma energia maravilhosa, que gera em nós a ânsia pelo Despertar. Mas para despertar, precisas de uma imensa provisão de sabedoria e compaixão. A Sabedoria inclui a percepção completa e directa do não-ego e da não existência de algo como um “ego próprio” em nenhum objecto. A Compaixão é o meio supremo para a destruição do apego a um sentido do ego ilusório.”
Boddhisattva of Compassion, The Mystical Tradition of Quan Yin, de John Blofeld