domingo, outubro 31, 2004

Projectos

Contar um Conto - porque um conto é uma questa espiritual - em Dezembro, na UBP Porto (data e hora a anunciar), com a participação de Thomas Bakk

Meditação para Pais e Filhos: na UBP Porto - quem está interessado?

Vamos também ter um espaço de divulgação no Spa Pedra da Lua, por detrás do estádio do Bessa.

Nova actividade na UBP Porto: Qi Gong!

Para pré-inscrições ou informações: ubporto@yahoo.co.uk

Karma

"Ao levar a cabo um acto voluntário, modificamos a nossa própria consciência, tanto aqui e agora como no futuro." Quem é o Buda?, Sangharakshita, ed. Presença

sexta-feira, outubro 29, 2004

A confiança em ti mesmo

“You can do anything you want to do. It’s only your thinking you can’t do it that can stop you.”


Podes fazer tudo o que quiseres. Só o pensamento de que o não podes fazer é que te pode impedir.

Awakening Confidence in Our Capacity


Foto ©Calica 2004

quinta-feira, outubro 28, 2004

Kalu Rinpoche

O retiro com o Lama Denys aproxima-se. Vai estar pela primeira vez no Porto. Para saber "de onde ele vem", nada melhor do que conhecer melhor o seu mestre, Kalu Rinpoche

Este vale de lágrimas

O programa da RTP2 A Fé dos Homens de ontem, mostrava imagens da conferência que a sensei Catherine Genno Pagès fez em Lisboa. A sensei usou expressamente a palavra dukkha, ao mencionar as Quatro Nobres Verdades, em vez da tradução frequentemente usada, sofrimento, que no Ocidente e com a nossa educação judaico-cristã, remete frequentemente para o mundo como um "vale de lágrimas", quando dukkha é muito mais abrangente e subtil. Ultimamente encontro a palavra "insatisfação", para significar a insatisfação inerente a toda a existência condicionada. Ou seja, isto nem sempre é um vale de lágrimas, aliás, há momentos de muita satisfação, realização pessoal, alegria, até felicidade. Mas mesmo nesses momentos, algo está latente, um desconforto, uma incerteza - trata-se de dukkha.

Uma definição contemporânea, de Francis Story:

Dukkha é...

Perturbação, irritação, depressão, preocupação, desespero, medo, temor, angústia, ansiedade, vulnerabilidade, ferimento, inabilidade, inferioridade; enfermidade, envelhecimento, decadência do corpo e faculdades, senilidade, dor/prazer; excitação/tédio; privação/excesso; desejo/frustração, supressão; saudades/estar sem rumo; esperança/sem esperança; esforço, atividade, esforço/repressão; perda, querer, insuficiência/saciedade; amor/falta de amor, falta de amigos; antipatia, aversão/atracção; paternidade/desprovido de filhos; submissão/rebelião; decisão/indecisão, vacilação, incerteza.

Ver em Acesso ao Insight

Experiências

No matter how beautiful the spiritual experience is, it is only an experience, and experiences come and go. Freedom is found only in that which does not come and go. If it doesn’t come and go, that means that it’s present now.

Não interessa o quanto a experiência espiritual é bela, é apenas uma experiência, e experiências vão e vêm. A Liberdade só se encontra no que não vem nem vai. Se não vem nem vai, isso quer dizer que está presente agora.

The Impact of Awakening, Adyashanti

quarta-feira, outubro 27, 2004

O Caminho

É doloroso estar no mundo; é doloroso deixar o mundo; e é doloroso estar sozinho entre a multidão. O longo caminho da transmigração é um caminho de dor para o viandante: que descanse ao longo do caminho e seja livre.

terça-feira, outubro 26, 2004

Nada

Sincronicidades. Acho fascinante. Parece sempre como se o Universo estivesse a querer dizer-nos alguma coisa. Ontem chegou o livro que tinha encomendado na sequência do workshop de massagem de som. Chama-se Nada Brahma, O Mundo é Som, e é muito mais do que eu tinha pensado, mas, muito rapidamente, é um livro sobre o caminho espiritual através da percepção do Som. Isto para mim liga-se ao Bodhisattva da Compaixão Avalokiteshvara/Chenrezig/Quan Yin, cujo nome pode ser traduzido por “Aquele que Ouve os Sons/Choros do Mundo,” e que explica no sutra Surangama como atingiu a Iluminação através da meditação sobre o Som.


Foto ©MC/UBP Porto 2004


Nada é uma palavra sânscrita que significa “Som”. Parece estar relacionada com nadi, que significa “rio” ou corrente” mas também “ímpeto” (rio impetuoso e som impetuoso) e esta palavra surge escondida no nome de vários rios em todo o mundo. O termo nadi também designa fluxo de consciência. E daí a relação entre Som e Consciência estar muito documentada na linguagem: “Podemos ouvir o nosso eu interior – e contudo não saber que oceano ouvimos a rugir” (Martin Buber). Claro que não posso evitar ligar o Nada sânscrito com o Nada latino (vacuidade), que no Budismo é uma completude e não um vazio.

Hoje retomei One Dharma, pois vamos continuar com o estudo do livro na próxima quinta. Estou no capítulo em que Joseph Goldstein explica como, apesar da ênfase que muitas escolas budistas actualmente dão ao “aqui e agora” e a não ter objectivos, ele entende que não há contradição entre estar no momento presente e ter a percepção de um caminho ou de um objectivo. E essa história do caminho e do objectivo levou-me a recordar um dos meus dois contos preferidos, um conto dos índios norte-americanos sobre o Rato Saltador. Encontrei então uma versão aparentemente mais completa, que eu ainda não tinha lido, com pequenas nuances que não conhecia. A história fala de um Rato Muito Ocupado com o Trabalho dos Ratos, que é correr da esquerda para a direita, de um lado para o outro, à procura, a examinar, a apanhar, a trocar, a arrecadar e a comer Sementes. Mas este Rato Ocupado “ouvia um Rugido nas orelhas” e cismava sobre esse ruído e queria saber de onde ele vinha. Partiu um dia corajosamente à procura, ultrapassando a Orla de Todas as Coisas que os Ratos Conheciam, e encontrou um Guaxinim, que lhe explicou que o Rugido vinha do Rio. E o Rio chamava-se... Nada.

A nossa viagem

"Ao percorrer o caminho da atenção, da tomada de consciência, também desenvolvemos fé e confiança no mais vasto desabrochar da viagem da nossa vida, uma viagem não no tempo e no espaço, mas uma viagem da nossa compreensão interior." (ao ler One Dharma)

segunda-feira, outubro 25, 2004

Desapego

Será que as pessoas confundem desapego com indiferença? Será que quando se fala de desapego no Budismo pensam que têm de se tornar ou mostrar frios e distantes em relação aos entes queridos? A ideia não é amar “menos” ou deixar de amar, é amar "melhor". Não há nada mais árido e desértico do que a falta de amor. Ao entrar em contacto ontem com a “avareza” na nossa prática de meditação, senti-a como secura. Avareza é guardar para nós o calor. E descobrir que ao guardá-lo, ele nos gela.

Domingo à tarde


O "nosso" presidente chéri :)

Um domingo à tarde concentrado... em nós mesmos (para variar) - o seminário que o Paulo Borges orientou chamava-se "A Natureza da Mente e os Fenómenos Mentais" e pegava num texto algo escolástico de Yeshe Gyeltshen para apontar directamente para a nossa vivência de todos os dias. Os exercícios de meditação insidiram sobre a atenção plena às chamadas emoções perturbadoras. Numa primeira fase, tomar contacto com uma determinada emoção. Numa segunda fase, desligá-la do objecto que a suscitava, e depois simplesmente "contemplá-la".

É claro que ao falar de emoções temos de falar "da vida", da nossa vida. Dos nossos afectos, das nossas dúvidas. De como ser budista aqui e agora.

Numa conversa com a Marinha, na sexta à noite, ela dizia-me como no shamanismo se faz a distinção entre emoções e sentimentos, e como se aprende a diferenciá-los, e pareceu-me que condizia com a forma como o budismo os vê - assim como a noção de ego, que me pareceu muito semelhante à budista.

sábado, outubro 23, 2004

Teresinha

E ontem estive com a Teresinha. Não resisto a outra fotografia. Como tive um rapaz, olho as meninas como um segredo partilhado e ao mesmo tempo por desvendar.


Foto ©MC 2004

Encontro

Encontrei a Sara na gare do Oriente há quinze dias. Um fofura.

Mais um texto

Na nossa página da UBP Porto, mais um texto online, um excerto de One Dharma, o livro que estamos a estudar às quintas, com o tema Os Quatro Pensamentos que Transformam a Mente

sexta-feira, outubro 22, 2004

Assim eu ouvi

Dos Dois Tipos de Pensamento, simplesmente enunciados:
“Bhikkhus, qualquer coisa na qual um bhikkhu pense e pondere com frequência, essa passará a ser a tendência da sua mente."

Dança Butoh

Segundo conta Sogaku, a "performance" foi incrível, e mais incrível foi não ter havido ensaio, saiu tudo de improviso. A dançarina que vemos na imagem era a mais recente ordenação do Roshi (no ano passado). Vive em Sogen-ji há 10 anos, e antes disso fez Butoh dance com Kazuo Ohno Sensei. Depois descobriram que o músico (saxofonista) tocou bastante com dançarinos butoh no Japão e na América. E o roshi riu até às lágrimas (tenho fotos para atestar) quando os turistas japoneses vinham a descer a montanha e deram com aquele espectáculo.

Butoh - Dance of Darkness

quarta-feira, outubro 20, 2004

Por falar em dança

A ordenação de Sogaku teve direito a performance :)


Foto ©JR/Sogenji 2004

Ordenação de Sogaku

Para os fãs ;)


Foto ©JR/Sogenji 2004

terça-feira, outubro 19, 2004

Viver a dança


Ontem recebi os livros de Adyashanti que encomendei através da www.amazon.com: Emptiness Dancing e The Impact of Awakening. Para já, praticamente a única forma de entrar em contacto com o que ele ensina. Ele fala muito da experiência do despertar: O que há de bonito com o despertar, é que quando não estás a funcionar através do teu condicionamento, então o sentido do "eu que estava a viver aquela vida" deixa de estar presente. A maior parte das pessoas só tem a experiência do eu a viver esta vida. Mas quando se vê através disto, tem-se a experiência de que o que realmente faz mover esta vida é o amor, e este amor está em todos a qualquer momento. Quando tenta abrir caminho através de todas as nossas histórias pessoais, dissipa-se, mas não deixa de estar lá. Ninguém possui este amor. Todos são essencialmente a manifestação deste amor. (de Emptiness Dancing)

Claro que palavras destas só fazem sentido quando para nós se tornam palavras vivas. Mas frequentemente (se não completamente) o que vivemos é mesmo "o eu que vive esta vida".


segunda-feira, outubro 18, 2004

Mais meditação!

Ainda da sala de estudos de Nalanda: "Meditação, no treinamento budista, não é, nem uma jornada para êxtases auto-efusivos, nem uma técnica caseira de psicoterapia" :)

A Purificação da Mente pelo venerável Bikkhu Bodhi

Preparação para a meditação

Estive a ler o artigo de Venerável Nagasena Bhikkhu, Uma Preparação Efectiva (para a meditação) da sala de estudos de Nalanda. O Blog Nalanda já estava incluído nos nossos links, mas recebi um email de Ricardo Sasaki com a actualização do link do blog (e os parabéns pelo nosso blog ;)), e aí fui também percorrer a sala de estudo. Fiquei então a saber que Ricardo Sasaki recebeu a transmissão do Dharma - a permissão formal para ensinar - do Aggamahapandita Rewata Dhamma Sayadaw, pela linhagem birmanesa do Budismo Theravada, e foi o primeiro brasileiro professor de Dharma no Theravada. Wow!

Para os estudantes do budismo principiantes, o artigo A Que Escola Pertenço? (em pdf), embora adaptado à realidade brasileira, com apêndices de centros brasileiros, etc., é muito pertinente.

sexta-feira, outubro 15, 2004

Saber ouvir

A questão dos círculos de sabedoria, a forma como se dá a cada um o espaço para falar e para ser ouvido plenamente, e uma observação do João (agora So Gaku!), ao referir um discípulo muito próximo de Shodo Harada Roshi, de quem as pessoas diziam que tinha uma grande qualidade – sabia ouvir, não parecia sentir a necessidade de se fazer ouvir, de passar primeiro – faz-me pensar (e repensar) na forma desajeitada como comunicamos. Os preceitos a nível da palavra "parecem" ser talvez menos importantes do que os preceitos a nível do corpo e da mente, mas revelam até que ponto nos achamos no centro do mundo, o quanto sentimos que estamos primeiro. Também revela a nossa dificuldade em estarmos presentes e abertos ao outro, totalmente. À primeira vista não deveria ser assim tão difícil. Mas é! ;)

quinta-feira, outubro 14, 2004

Quan Yin/Kanzeon

Não parece, pois tenho dedicado muito pouco tempo ao site, que continua muito incompleto, mas Quan Yin Homepage é muito especial para mim. Entre outras coisas, gostaria de apresentar mais trechos (magníficos!) e lendas do livro de John Blofeld sobre o Bodhisattva da Compaixão.



"Primeiro de tudo, deves compreender que as nossas mentes não estão separadas da Mente, e, se leste alguns textos Ch’an (Zen), saberás que esta é a única realidade. Conhecida na sua quintessência como a Vacuidade ou o que vocês ingleses chamam Última Realidade, é simultaneamente o reino da forma, a matriz de míriade objectos, como Lao-Tzu o coloca. De maneira alguma devem ser vistos como separados. A Vacuidade e o mundo da forma não são dois! Não existe passagem de um mundo para o outro, só a transmutação do teu modo de percepção. A Mente é como um oceano ilimitado de luz, ou espaço infinito, do qual brota Bodhi, uma energia maravilhosa, que gera em nós a ânsia pelo Despertar. Mas para despertar, precisas de uma imensa provisão de sabedoria e compaixão. A Sabedoria inclui a percepção completa e directa do não-ego e da não existência de algo como um “ego próprio” em nenhum objecto. A Compaixão é o meio supremo para a destruição do apego a um sentido do ego ilusório.”
(sublinhado meu)

Boddhisattva of Compassion, The Mystical Tradition of Quan Yin, de John Blofeld

quarta-feira, outubro 13, 2004

A Lei do Karma

A célebre lei da causalidade ou condicionalidade, enunciada pelo Buda de uma forma algo lacónica - Isto é condicionado por aquilo. Tudo acontece por via de uma causa -, quando aplicada ao processo da vida e da morte dá origem a um dos mais importantes (e difíceis) dos ensinamentos budistas: o karma e o renascimento.

Na compreensão do karma, os textos esclarecem que o que determina mais completamente o resultado de qualquer acção é a motivação ou a intenção que está por detrás dela.

Abordámos este tema na última quinta-feira, mas desta vez queria ir um pouco mais longe na classificação dos vários tipos de karma, com o apoio de um texto de Sangharakshita (do livro Quem é o Buda?, da edit. Presença).


terça-feira, outubro 12, 2004

Emoções negativas

Fizeram-me a pergunta hoje:

Por que razão é que, fazendo meditação praticamente todos os dias, de há uns meses para cá, estou quase sempre zangada com metade do mundo?

Frequentemente, há este sentimento de que não somos suficientemente bons, de que temos de mudar, ser melhores. O que implicitamente significa que não queremos ser quem somos, que não nos aceitamos. Ou aceitamos umas partes, as que achamos mais simpáticas ou mais corajosas e lutamos incessantemente contra as outras. E, contudo, seja o que for que sejamos, é com isso e através disso que estamos aqui, é essa a matéria-prima do nosso caminho espiritual. O caminho começa aqui mesmo onde estamos, tal como somos, com a nossa mistura de confusão e sabedoria. A prática da meditação é o primeiro acto que fazemos para parar a agitação, a confusão, os julgamentos. Mas não é uma varinha mágica. Aliás, frequentemente, como vamos estar mais atentos, vamos dar-nos conta de até que ponto estamos agitados. E aí a meditação fará parte de tudo. Não é apenas o momento em que nos sentamos numa almofada, e que acaba no momento em que nos levantamos da almofada. A meditação é uma experiência viva, que integra tudo o que somos e, essa percepção, temos de trazê-la para a nossa vida de todos os dias. Os fenómenos, quer surjam sob a forma de sensações visuais, auditivas, olfactivas, tácteis, quer sob a forma de sentimentos, emoções, acontecimentos exteriores ou interiores, quando vividos com consciência, são um instrumento de libertação. São a nossa oportunidade de acordar. A transformação interior vem da tomada de consciência, não do campo de batalha.

"Durante muito tempo na minha prática de meditação ficava embaraçado e envergonhado ao ver na minha mente estados de mente prejudiciais, estados como orgulho ou ciúme, má vontade ou egoísmo; e em vez de os examinar e trabalhar liberto deles, fazia julgamentos sobre mim próprio e cavava ainda mais fundo o buraco em que me encontrava. Ou sentir-me-ia julgado e infeliz quando os meus professores ou outras pessoas apontavam estes estados mentais desarmoniosos. Mas depois de anos de prática, acabo por me sentir agradecido quando observo o surgimento de um desses estados negativos, porque agora mais facilmente os vejo. Torna-se mais uma oportunidade de me desprender desses padrões, de ver a sua transparência essencial, e por me soltar do fardo que representam." (Joseph Goldstein)

segunda-feira, outubro 11, 2004

sexta-feira, outubro 08, 2004

Círculo de Sabedoria

Estamos habituados a comunicar de um forma competitiva. Numa reunião, mesmo num grupo sentado num café, se pensarmos nisso, haverá sempre um ou outro que dominará a conversação, e o elo mais fraco não terá muitas hipóteses de se exprimir. Já não vou falar de um debate político, onde ouvir o outro não está mesmo em questão. Os índios norte-americanos, tradicionalmente, comunicam de forma diferente. Ao valorizar a cooperação em vez da competição, dão espaço para falar e para ouvir. Plenamente.

Num círculo, cada um tem a sua vez para falar, até para não falar. Um objecto é colocado no centro, e, um de cada vez vai buscar o "objecto falante" ao centro. Não é preciso um mediador, o objecto em si é o mediador. Quando temos o objecto na mão, podemos dizer o que quer que esteja no coração, mesmo que isso pareça não ter nada a ver com nada. Ninguém vai comentar, criticar ou interromper. Tudo o que vem do coração é belo e perfeito.

Falar com o coração: nesse lugar, estamos seguros. Estamos nus e abertos, mas não desprotegidos. Podemos ser honestos, arriscar-nos, dar voz às nossas vozes. Pode acontecer que consigamos dizer algo que nunca dissemos antes, ou encontrar algo em nós que não imaginamos que existia. Por vezes pode ser preciso coragem. Mas saber que há um grupo que nos ouve e nos apoia é em si uma experiência de cura. Os laços criados dessa maneira são feitos de expansão e energia. São vivos.


Foto ©Calica 2004

Mais sobre a tradição dos círculos de sabedoria dos índios norte-americanos:
Wisdom Circles
The Wisdom Circle Constants
Basic Guidelines for Calling a Circle
Talking Circles To Deepen Communication
Listening Circles

quinta-feira, outubro 07, 2004

So Gaku

Já sabíamos: o João foi ordenado no dia 5 de Outubro em Sogenji. O nome dele agora é So Gaku, "The great all-embrancing Mountain". Como se traduzirá isto? A grande Montanha que abrange tudo? que inclui tudo? A festa, essa, "incluiu" um menu indiano.. além da carecada, de um banho perfumado e todo o cerimonial, claro. Fotos brevemente, disse ele!

quarta-feira, outubro 06, 2004

Yesterday I saw there was no separation

Ontem vi que não há separação.
Mais uma vez.
O koan com que comecei o sesshin foi "where am I?"
No final, no círculo, o objecto que fui buscar ao centro, inesperadamente, eram dois anéis unidos.
Foi essa a minha resposta - "we are all linked, I can't do it without you (all)"
O que se passou no sesshin ultrapassou tudo o que poderia ter imaginado. Talvez o momento mais próximo na minha memória a esta experiência tenha sido o primeiro segundo em que vi o meu filho recém-nascido. O meu primeiro pensamento foi: então és assim! A golden child! Que maravilha! Que perfeição!

Que festa! Senseis, Myriam, Corinne, todos foram um anel.
De todas as coisas bonitas que aconteceram e se disseram fica a frase do André: "This is my first sesshin, this is my last sesshin". Os anéis estão indissoluvelmente ligados. Não há princípio, não há fim.

Yesterday I saw there was no separation. One more time.
The koan I began the sesshin with was "where am I?"
At the end, in the circle, the object I took, unexpectedly, were two linked rings.
That was my answer - "we are all linked, I can't do it without you (all)"
What happened during the sesshin went beyond anything I could imagine. Maybe the only moment close to this in my memory, was the very first second I saw my newborn baby boy. My first thought was: so, you are like this. A golden child! What a wonder! How perfect!

What a celebration! The two senseis, Myriam, Corinne, everyone there were one ring.
From all the beautiful things that happened and were told, I retain something André said: "This is my first sesshin, this is my last sesshin". The rings are indissolubly linked. No beginning, no end.