terça-feira, fevereiro 15, 2005

Kyabje Trulshik Rinpoche em França


Sábado 12 Março 2005 (a partir das 14h30)
Domingo 13 Março 2005
Sala Polyvalente 24580 PLAZAC (France)
http://www.chanteloube.asso.fr

Workshop no Akasha

O Carnaval: Das Origens na Grécia até aos dias actuais
Este workshop será dado pela Dra. Patricia Mendes e abordará o tema da origem do Carnaval remontando às dionisíacas gregas e à origem do teatro, máscaras e danças. Será abordada também a obra de Mikhail Baktin sobre a carnavalização na literatura e na arte.
19 de Fevereiro de 2005
das 15h - 18h
50 euros

AKASHA
Rua Adolfo Casais Monteiro, 45
4050-014 Porto
Tlm: 93 64 44 869

Za


domingo, fevereiro 13, 2005

Maitri e Karuna

"Quando as pessoas falam de amor, referem-se habitualmente ao que existe entre pais e filhos, marido e mulher, membros de uma mesma família, casta ou país. Como a natureza de um tal amor depende das noções de "eu" e de "meu", esse sentimento permanece ao nível do apego e da discriminação. As pessoas querem amar apenas os seus pais, o seu esposo, os seus filhos, os seus netos, os seus avós, os membros da sua família ou os seus compatriotas. Mantendo-se prisioneiros do seu apego, preocupam-se com os acidentes que podem atingir os seus entes queridos, antes ainda de eles se produziresm. Quando tais catástrofes se produzem, sofrem terrivelmente. O amor baseado na discriminação gera preconceitos. As pessoas tornam-se indiferentes ou mesmo hostis, aos que ficam de fora do seu próprio círculo amoroso. O apego e a discriminação são causadores de sofrimento para nós próprios e para os outros.

O amor a que todos aspiram sinceramente é feito de bondade e de compaixão. Maitri é o amor que pode trazer felicidade aos outros. Karuna é o que faz desaparecer o sofrimento dos outros. Maitri e Karuna não pedem nada em troca. O campo de acção da bondade e da compaixão não se limita aos pais, à esposa, aos filhos, aos membros da família, ou da mesma casta ou aos compatriotas. Estende-se a todas as pessoas e a todos os seres. Em Maitri e Karuna, não há discriminação, nem "eu" e "não-eu". E sem discriminação não há apego. Maitri e Karuna dão felicidade, aliviam o sofrimento e não causam infelicidade nem desespero."

- palavras do Buda segundo Tich Nhat Hanh: excerto lido durante o seminário deste fim-de-semana


Tsering Paldrön durante o seminário "Amor e Apego - como distinguir?"

foto ©UBP 2005

Dia de Sol

o primeiro dia do ano do Galo de Madeira passámo-lo em Caminha... a investigar um possível centro de retiros... mas não só



fotos ©MC 2005

Mais fotos

Lama Lobsang na UBP Porto:
- já passou uma semana mas ainda nada se esbateu - e não é verdade que se fechar os olhos não te consigo ver, vejo-te perfeitamente






fotos ©UBP 2005

Som

O workshop do passado fim-de-semana sobre Tsa-Lung foi intenso... mas com momentos de relaxamento, com a magia das taças tibetanas...

foto ©UBP 2005

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

I love you too


foto ©UBP 2005

I love you


A melhor medicina é a felicidade e o amor

foto ©UBP 2005

Perdidos & Achados

Após a conferencia com o Lama Lobsang no auditório do FCDEF, foi encontrada uma pulseira, um cachecol, inumeros sorrisos....

Quem quiser recuperar os objectos perdidos (pulseira, cachecol) dirigir-se ao FCDEF e falar com o Sr. Rui Faria do directivo.

Boa semana para todos


terça-feira, fevereiro 01, 2005

Árvores

Nós por cá estamos muito agradecidos pelo vosso trabalho,

Árvores classificadas no Porto


domingo, janeiro 30, 2005

Quem sabe...

Palestra de Mestre Moriyama em Florianópolis, um assistente pergunta:
- Por que o budismo não tem um conceito de Deus?
Mestre Moriyama, muito sério:
- Só Deus sabe...

http://www.chalegre.com.br/zendo/

A minha prática é a paciência


Os monges Theravada que vamos receber em Abril pertencem ao mosteiro Amaravati, que segue a tradição da Floresta de Ajahn Chah. O responsável pelo mosteiro é Ajahn Sumedho que esperamos que um dia também possa cá vir. Esta palestra dele é muito interessante:

A minha prática é a paciência:

Quando fui pela primeira vez a Wat Pah Pong não conseguia entender a língua, Lao. E nessa altura Ajahn Chah estava no seu máximo, e dava três-quatro desanas (palestras) à noite. Ele não parava, e toda a gente o adorava, era um óptimo orador, com muito humor, e toda a gente adorava ouvi-lo. Mas quando não se compreendia a língua....! Ficava ali sentado a pensar ‘quando é que ele pára, estou a perder o meu tempo.’ E ficava mesmo zangado, a pensar: 'estou farto, vou-me embora'.

Mas não tinha lata para me ir embora, e ficava para ali a pensar: ‘Vou para outro mosteiro. Estou farto disto; não vou continuar com isto’. E então ele olhava para mim - ele tinha o mais radioso dos sorrisos - e dizia: ‘Estás bem?’ E de repente toda a cólera que se tinha acumulado durante essas três horas se desvanecia.

É interessante, não é? Depois de estar ali a torturar-me durante três horas, tudo pode apenas desaparecer. Então fiz o voto de que a minha prática seria a paciência, e que durante todo o tempo eu cultivaria a paciência. Iria a todas as palestras e sentar-me-ia o tempo todo, enquanto o conseguisse fisicamente. Estava determinado a não faltar, a não tentar sair e a praticar a paciência.

E ao fazê-lo comecei a perceber que a oportunidade de ser paciente me ajudou muito. A paciência é uma base muito sólida para a minha percepção e compreensão do Dhamma; sem isso teria vagueado e desviado do rumo, como acontece com tantas pessoas. Muitos ocidentais vieram para Wat Pah Pong e desviaram-se porque não eram pacientes. Não quiseram sentar-se durante as palestras de 3-4 horas e ser pacientes. Queriam ir para lugares onde pudessem obter iluminação súbita e ter o assunto rapidamente resolvido à maneira deles.

Através dos desejos egoístas e das ambições que nos guiam, mesmo no caminho espiritual, não podemos apreciar as coisas como elas são. Quando reflecti e contemplei a minha vida em Wat Pah Pong dei-me conta que na realidade era uma situação excelente: tinha um bom professor, tinha o suficiente para comer, os monges eram bons monges, os laicos eram muitos generosos e gentis e havia encorajamento para a prática do Dhamma. Isto é o melhor que se pode ter, é uma oportunidade maravilhosa. E contudo muitos ocidentais não o viam porque tinham tendência para pensar: ‘Não gosto disto; não quero aquilo; deveria ser doutra maneira’ E ‘O que eu penso é que... o que eu sinto é... Não quero ser incomodado com isto e aquilo.’

Naquela altura eu era um monge muito novo e uma noite Ajahn Chah levou-me a uma festa de aldeia - Acho que Satimanto Bhikkhu estava lá nessa altura. Éramos praticantes muito sérios e não queríamos nenhuma espécie de frivolidade ou tolice. E, claro, ir a uma festa de aldeia era a última coisa que gostaríamos de fazer - pois em todas aquelas aldeias, eles adoram altifalantes. Seja como for, Ajahn Chah levou-me e Satimanto a esta festa, e tivemos de ficar sentados toda a noite com o som roufenho dos altifalantes - e monges a falarem durante toda a noite! Eu só pensava 'Oh, quero voltar à minha gruta - monstros verdes e fantasmas esqueléticos são melhor do que isto tudo.’ Reparei que Satimanto, que era incrivelmente sério, parecia realmente zangado e crítico e muito infeliz. Ficámos ali sentados com um ar miserável. Eu pensava: 'Por que é que Ajahn Chah nos traz para estas coisas?'

Depois comecei a ver por mim. Lembro-me de ter ficado ali sentado a pensar: ‘Aqui estou eu, todo perturbado com isto. Será que é assim tão mau? O que é realmente mau é o que faço com a situação. A minha mente é que é realmente miserável. Altifalantes e barulho, distracções e insónias, posso eu bem com isso, mas é essa coisa horrível na minha cabeça que odeia, que se ressente com tudo e quer ir embora - é essa a verdadeira miséria!'

Nessa noite vi quanta miséria podia criar na minha mente sobre coisas que na verdade conseguia suportar. Lembro-me disso como uma percepção muito clara sobre aquilo que eu achava que era realmente miserável. Ao princípio culpava as pessoas, os altifalantes, o barulho e o desconforto – pensei que isso é que era o problema. Depois percebi que não era; era a minha mente que estava miserável.

Se reflectirmos e contemplarmos o Dhamma, aprendemos com as situações de que menos gostamos - se tivermos a vontade e a paciência para o fazer.


http://www.buddhistnews.tv/current/sumedho-160604.php

Appamâda.net

É um site lindo... e traduziram para espanhol um texto do Joseph Goldstein que tínhamos traduzido para português: Como praticar (seguir os links: textos, artículos)

Diálogo interreligioso


foto ©JR/Sogenji 2004


Gostava de ter tirado uma fotografia para comprovar um momento histórico na nossa prática de meditação dos sábados à tarde :) Tivemos um monge beneditino e um padre jesuíta a praticar connosco. Noutros países há grupos cristãos com uma tradição de prática do zazen. Encontrei algures na Internet um grupo de monges beneditinos que incorporou o zazen na sua prática diária, chamam-se White Robed Monks of St. Benedict. Como diz o mestre Zen Hôgen Yamahata "O Zen é a prática que nasceu da experiência do Buda Shakyamuni, o qual despertou para a realidade última da vida (o não-eu). Como tal, o Zen não pertence a nenhuma seita religiosa em particular. Podemos até encontrá-lo no Cristianismo, no Hinduísmo, nas cartas de S. Paulo, por exemplo, ou nas biografias de Ramakrishna. Por favor, não tirem nenhuma conclusão por eu ser um monge budista; em vez disso, descubram e realizem a raiz da vossa prática Zen através deste encontro quotidiano Aqui-Agora."

O monge beneditino que esteve connosco faz parte de uma comissão para o diálogo monástico interreligioso (DIM) e é assim que se encontra nas andanças do zazen: foi convidado para uma estadia num mosteiro japonês e tem de habituar-se a sentar! Do boletim do DIM: "... la experiencia mística, no solamente es múltiple porque son muchos y diversos los hombres que buscan el Rostro de Dios, sino también porque Dios mismo se revela más o menos según su libertad y según la capacidad de cada persona, y esta puede tener un cierto conocimiento de Dios ya en aquel deseo de absolut que le empuja a hacer un camino sin fin" Monacato y Mística, Divo Barsotti

sexta-feira, janeiro 28, 2005

A cura não é a ausência de sofrimento

"A atenção plena, uma consciência mais profunda, não é algo que possamos dirigir, que possamos criar só com o poder do nosso pensamento. A atenção plena é uma forma de estar que surge quando nos tornamos mais conscientes dos nossos impulsos habituais, da nossa natureza condicionada, dos nossos padrões de pensamento e de comportamento e começamos a não permitir que esses hábitos ditem a nossa forma de responder ao mundo. A atenção plena não deixa automaticamente de me fazer sentir invadido por pensamentos e por memórias, mas ajuda-me a viver numa relação mais harmoniosa com eles. Ao colocar a atenção na respiração, consigo ver que os pensamentos são apenas pensamentos - mudam, transformam-se e vão e vêm como nuvens passageiras. Podemos facilmente deixar-nos apanhar pelos nossos pensamentos, presos na ilusão de que são a realidade. Ao colocar a atenção na respiração, torno-me o observador dos pensamentos, sentimentos e percepções, sem me ligar a eles nem os rejeitar. Esta é a prática da atenção plena. Esta é uma prática que leva à libertação e à paz.


foto ©Calica 2004

Há ainda momentos em que as minhas experiências da guerra estão aqui no momento presente. Quando estes pensamentos, sentimentos e percepções entram fortemente na minha consciência concentro-me em nem me ligar ao que surge nem o rejeitar. Em vez disso concentro-me em apenas respirar, e ao mesmo tempo em estabelecer uma relação diferente, mais harmoniosa, com este sofrimento. Isto não significa que estes pensamentos, sentimentos e percepções desaparecem, pois isso não acontece. A cura não é a ausência de sofrimento. O que acontece é que através deste processo de estar mais presente na minha própria vida, paro de tentar rejeitar o sofrimento. Isto é cura e transformação. A prática da meditação da atenção plena sustém-me em participar na realidade da minha vida sem julgamento.

Para viver no momento presente e encontrar paz nas nossas vidas temos de estar atentos em tudo o que fazemos, em cada acto que iniciamos: a forma de abrir uma porta, a forma de colocar um prato no armário, a forma de trabalhar, a forma de falar com outra pessoa, a forma de atar os sapatos, de dar um passo, de sentar, de lavar os dentes, de conduzir um carro. Nem sempre é fácil. Facilmente nos deixamos distrair pelos pensamentos, por imagens do passado e do futuro, por sonhos, por esperanças, por arrependimentos. Portanto enquanto vivia na comunidade "Plum Village" em França, aprendi a prática de usar um sino para me lembrar para voltar à minha respiração, um sino de atenção plena. Durante as palestras e retiros, um sino soa de vez em quando. Quando ouvimos o sino, é um convite a voltar à nossa respiração.

O sino de atenção plena não é apenas um tradição budista. Na Idade Média era uma tradição cristã: quando o sino da igreja tocava, era um convite a parar de trabalhar e reflectir por um momento nos presentes que recebemos ou na natureza das nossas vidas.

Posso perder-me tão facilmente no passado e no futuro que por vezes trago um sino comigo e uso-o muitas vezes quando dou palestras para que todos parem e respirem e simplesmente estejam no presente. Mas não é necessário andar com um sino a sério. Se quisermos, podemos encontrar sinos de atenção plena por todo o lado. Se escutarmos com atenção, o sino toca constantemente à nossa volta."

Um extracto do livro de Claude Anshin Thomas, de que lemos outras passagen no encontro de ontem à noite na UBP.

quarta-feira, janeiro 26, 2005

Datas auspiciosas do calendário tibetano em 2005

25 de Janeiro - Dia de Buda Amitabha. Lua Cheia. Sojong

28 de Janeiro - Paranirvama de LONGCHEMPA

3 de Fevereiro - Paranirvana de Tulku URGYEN RINPOCHE

4 de Fevereiro - Dia de Dakinis

7 de Fevereiro - Dia dos Dharmapalas (Protectores dos Ensinamentos de Buda)

8 de FEVEREIRO - Dia de Buda Shakyamuni. Lua Nova (PASSAGEM
DO ANO - PRÁTICA na UBP PORTO e LISBOA)

9 de FEVEREIRO - Losar - o Novo Ano Tibetano 2132 O Ano do Pássaro de Madeira

Nestas datas e nos 15 dias seguintes devemos procurar libertar vidas, realizar doações, ajudar os seres e recitar muitas vezes o Mantra do BUDA SHAKYAMUNI

Carta de Harada Roshi

Mais uma carta de Harada Roshi online, esta vem na sequência das catástrofes de fim de ano:

http://www.onedropzendo.org/newsletters/2005jan_66.html

segunda-feira, janeiro 24, 2005

À porta do inferno

Claude Ashin Thomas é um veterano do Vietname. A guerra veio na sequência natural da violência que conhecia desde criança. Aos 18 anos já era responsável pela morte de milhares de pessoas e tinha testemunhado todos os horrores. Recebeu medalhas e louvores. E quando voltou para a pátria, descobriu que continuava em guerra. A culpa, o medo, a raiva foram intensificados pela rejeição da sociedade americana em relação aos veteranos do Vietname. Não aceitava intimidade, não conseguia manter uma relação, bebia, drogava-se e chegou a viver como sem-abrigo. A recuperação veio através do mesmo povo que ajudara a matar. Ao conhecer o mestre Zen vietnamita Thich Naht Hanh entrou em contacto com a via de Buda e assim estabeleceu as bases para a sua cura. Foi ordenado monge Zen por Bernie Glassman, e tornou-se um monge mendicante. Faz peregrinações para a promoção da paz e da não-violência a lugares como a Bósnia, Auschwitz, Afeganistão, Vetname, o Médio Oriente. O livro que acabou de publicar é espantoso. Convidámo-lo a vir a Portugal e ele aceitou!


imagem de www.zaltho.org/

sábado, janeiro 22, 2005

Vacuidade

Tive notícia de um grupo sobre Krishnamurti e aqui vai uma mensagem:

Sai para a rua numa noite límpida e olha para o céu. Os milhares de estrelas que podes enxergar a olho nu não passam de uma simples fracção centesimal do que existe nele. Mil milhões de galáxias já podem ser detectadas por meio dos mais poderosos telescópios, cada galáxia é um "universo ilha" contendo milhares de milhões de estrelas. E, no entanto, o que é ainda mais assombroso é a infinidade do próprio espaço, a profundidade e a quietude que permite que toda essa magnificência seja. Nada é mais assombroso e majestoso do que a vastidão e a quietude inconcebível do espaço e, no entanto, o que é ele? Vacuidade, vasta vacuidade.
O que nos aparece como espaço no nosso Universo percebido através da mente e dos sentidos é o próprio Não-Manifesto exteriorizado. É o "corpo" de Deus. E o maior milagre é este: essa quietude e vastidão que permite ao Universo ser, não está apenas lá fora no espaço - está também dentro de ti.
Eckhart Tolle

Sai para a rua numa noite límpida

Perguntas filosóficas sobre a Criação

Um tema excitante! - Philosophical questions on Creation

sexta-feira, janeiro 21, 2005

Posturas para Meditar

Mais um texto interessante na sala de estudos de Nalanda: Posturas para Meditar. Fico muito satisfeita por a autora aconselhar a minha posição favorita, a birmanesa :)

Por falar em som

o Nuno é um dos primeiros massagistas de som formado em Portugal pela escola Peter Hess e (passe a publicidade) está disponível para consultas.

quarta-feira, janeiro 19, 2005

O verdadeiro som da verdade

Do site sobre o significado do mantra Om Mani Padme Hum gosto especialmente desta história, que para já vai em inglês, mas há uma versão brasileira aqui!:



A devoted meditator, after years concentrating on a particular mantra, had attained enough insight to begin teaching. The student's humility was far from perfect, but the teachers at the monastery were not worried.

A few years of successful teaching left the meditator with no thoughts about learning from anyone; but upon hearing about a famous hermit living nearby, the opportunity was too exciting to be passed up.

The hermit lived alone on an island at the middle of a lake, so the meditator hired a man with a boat to row across to the island. The meditator was very respectful of the old hermit. As they shared some tea made with herbs the meditator asked him about his spiritual practice. The old man said he had no spiritual practice, except for a mantra which he repeated all the time to himself. The meditator was pleased: the hermit was using the same mantra he used himself -- but when the hermit spoke the mantra aloud, the meditator was horrified!

"What's wrong?" asked the hermit.

"I don't know what to say. I'm afraid you've wasted your whole life! You are pronouncing the mantra incorrectly!"

"Oh, Dear! That is terrible. How should I say it?"

The meditator gave the correct pronunciation, and the old hermit was very grateful, asking to be left alone so he could get started right away. On the way back across the lake the meditator, now confirmed as an accomplished teacher, was pondering the sad fate of the hermit.

"It's so fortunate that I came along. At least he will have a little time to practice correctly before he dies." Just then, the meditator noticed that the boatman was looking quite shocked, and turned to see the hermit standing respectfully on the water, next to the boat.

"Excuse me, please. I hate to bother you, but I've forgotten the correct pronunciation again. Would you please repeat it for me?"

"You obviously don't need it," stammered the meditator; but the old man persisted in his polite request until the meditator relented and told him again the way he thought the mantra should be pronounced.

The old hermit was saying the mantra very carefully, slowly, over and over, as he walked across the surface of the water back to the island.

terça-feira, janeiro 18, 2005

prática de oração

Vai começar às quartas, sob a orientação de Nuno Peixoto (o som é a via dele!), promete muita prática de mantras! "Orientar" é muito pomposo, quer dizer que estará lá para abrir a porta e quem quiser aparecer, pratica também! Para uma analfabeta musical como eu, vai ser o paraíso.
Este site é óptimo: The Meaning of the Mantra in Tibetan Buddhism

sábado, janeiro 15, 2005

Tsa-Lung - cura com as mãos

Nos dias 5 e 6 de Fevereiro o workshop orientado pelo lama médico tibetano Lobsang Thamcho Nyima será sobre Tsa-Lung.

Tsa-Lung, que se pode traduzir por "Cura com as mãos", significa literalmente "canais de vento". É uma técnica especial para cura com energia. Segundo a tradição, esta técnica tem milhares de anos e foi preservada no Tibete, estando na origem do Reiki e da Acupunctura.

A técnica Tsa-Lung envolve vários passos. Primeiro, o nosso próprio corpo é preparado para curar. Os canais do corpo têm de ser abertos através de exercícios de respiração, movimentos físicos e meditação, os elementos e os humores têm de ser equilibrados.

Em segundo lugar, um certo tipo de energia de calor tem de ser gerada, mais uma vez através da meditação. Quando conseguimos gerar este calor, este pode ser usado para libertar a energia curativa de vários pontos do nosso corpo. Depois, usamos um ou mais tipos de energia dos ventos para guiar esta energia para a pessoa que está sob tratamento. Finalmente as energias curativas fazem sentir o seu efeito benéfico no corpo do paciente, abrindo canais, restaurando o equilíbrio dos elementos e ajudando na regeneração de tecidos danificados.


informação e imagem de http://www.nangtenmenlang.org

o que aproxima budistas e católicos?

O encontro inter-religioso entre a Tsering e representantes católicos vai decorrer na sexta-feira dia 11 de Fevereiro pelas 21h na sede do CREU (em Oliveira Monteiro). O tema, "A Questão do Sofrimento - o que aproxima budistas e católicos?" visa partilhar experiências no âmbito do projecto Amara. "Só quando tomarmos consciência do nosso papel, por mais pequeno que seja, é que podemos ser felizes, viver e morrer em paz porque o que dá sentido à vida dá sentido à morte. Saint-Exupéry"

Entretanto ela manda-nos beijinhos pralinés (está em Bruxelas!)

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Paciência

A paciência recorda-nos que o que está à nossa frente é apenas este momento, apenas este passo, apenas esta respiração.
Joseph Goldstein

domingo, janeiro 09, 2005

MUSHIN

"Quando um pião gira a grande velocidade, dá a impressão que está imóvel. Uma hélice em movimento parece não existir. Quando estamos num estado centrado e liberto, estamos livres da habitual consciência de ‘si’ e penetramos num oceano sem ego.
Um espelho reflecte os objectos sem distorções. A não-mente (mushin) é como um verdadeiro espelho, no qual podemos ver as coisas tal com elas são. Ver as coisas tal como elas são é a acção da não-mente e, simultaneamente, o reflexo directo da nossa vida mais pura e da compassiva natureza original. Ser como um espelho vazio é agir com frescura, novidade, de maneira directa, sem qualquer interferência da mente.
Enquanto pensarmos ‘não-mente’, não estamos em verdadeira não-mente; de facto, não há nenhuma distinção entre a ‘mente’ e a ‘não-mente’. A‘não-mente’ não é algo a ter em mente, mas sim as respostas espontâneas, livres em todas as nossas actividades diárias sem as superficiais intenções conscientes; o produto da actividade do intelecto é queimado sem deixar vestígios.

«Um dia o mestre Zen Ikkyu e o seu assistente passavam perto de uma loja onde alguém fritava enguias. “Que cheiro delicioso”, observou Ikkyu. Continuaram a caminhar em silêncio durante mais algum tempo, até que o assistente não se conteve mais. “Nós, monges, não comemos seres vivos”, desabafou, “e não lhe fica nada bem dizer tais coisas”. “Eu deixei lá as enguias”, respondeu Ikkyu. “Será que tu ainda as trazes contigo?»

Não podemos aspirar assim a esse estado de vazio absoluto pelo esforço deliberado de pôr fim a todos os nossos pensamentos. Seria um inútil devaneio, por mil anos que prosseguíssemos em tal prática. Devíamos estar já em não-mente. Aqui-Agora. As nossas acções provocam dano ao não estarmos em não-mente e contudo ao não estarmos em não-mente o universo não deixa de se mover na sua paz original."

Texto lido de Hogen Yamahata (No Caminho Aberto, ed. Assírio e Alvim) durante o nosso retiro citadino de domingo (que dia! vocês são lindos!)

sexta-feira, janeiro 07, 2005

Medicina Tibetana

Lama Lobsang Thamcho Nyima vai estar no Porto!
Dia 4 de Fevereiro: consultas - marcação pelo telefone 919414743
Palestra de Introdução à Medicina Tibetana às 21h na Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto, Rua Dr. Plácido Costa, 91

Dia 5 e 6 workshop: Tsa-Lung (Cura com as mãos) - na sede da UBP Porto, Rua Aníbal Cunha, 39 - 2.º sala 3


De acordo com a Medicina Tibetana, a doença consiste num desequilíbrio entre os cinco elementos que constituem o corpo humano (terra, água, fogo, ar e espaço), o espírito e o meio ambiente.

A saúde é a harmonia entre o microcosmos e o macrocosmos; o corpo e o universo; - o microcosmos e o macrocosmos, unidos pelos cinco elementos que são energias cósmicas, encontram-se como que dançando um com o outro e quando essa dança entra em desarmonia com o espírito que os coloca em movimento, surge a doença.
Na Medicina Tibetana o diagnóstico da doença é principalmente feito pelo pulso, através da colocação de três dedos da mão do médico (indicador, médio e anelar) no pulso do doente, bem como pela observação atenta das características morfológicas e psicológicas do doente, além do exame da língua, urina e sangue.

Um médico tibetano aconselha o seu paciente a três níveis: correcção da atitude psicológica e do comportamento quotidiano, conselhos dietéticos e medicamentos à base de substâncias vegetais e minerais preparados em Dharamsala, na Índia.
Este sistema produz muito bons resultados nas situações de doenças crónicas, desequilíbrios psicológicos ligeiros, reumatismo, tendo-se, também revelado interessantes as intervenções em situações de esclerose em placas, bem como o trabalho de acompanhamento de pacientes com doenças graves (cancro, SIDA).


Imagem de um dos meus sites preferidos sobre Medicina Tibetana: http://www.dharma-haven.org

quinta-feira, janeiro 06, 2005

Concerto de Solidariedade

THE GIFT, MESA, CLÃ, FINGERTIPS e XUTOS E PONTAPÉS, entre outros, reúnem-se num grande concerto de solidariedade para com as vítimas do tsunami.

Tendo em conta que a Fundação AMI – Assistência Médica Internacional foi a primeira ONG a prestar apoio ao sudeste asiático, encontrando-se neste momento no Sri Lanka uma equipa a auxiliar uma população que se debate com cerca de 30 mil mortos já confirmados neste país, o núcleo AMIarte espera a presença massiva do público neste evento de solidariedade, considerando que a receita de bilheteira será inteiramente aplicada pela Fundação AMI no auxílio às vítimas do tsunami.

O concerto MÚSICA E SOLIDARIEDADE: AMI pela ÁSIA tem lugar no COLISEU DO PORTO, no próximo dia 22 de Janeiro, às 21h30.
Bilhetes à venda no Coliseu do Porto e nas lojas Fnac
Reserva para AMI: 22 5100701

AMIarte
Delegação do Norte da Fundação AMI
Rua da Lomba, 153, Porto
Telef: 225100701 fax: 225104816

segunda-feira, janeiro 03, 2005

Retiro Zen



O próximo retiro Zen será no fim-de-semana da Páscoa, e será orientado por Amy Hollowell Sensei, a primeira sucessora de Sensei Catherine Genno Pagès. Amy Hollowell nasceu em Minneapolis, nos Estados Unidos, em 1958. Emigrou para França em 1981 no final dos seus estudos universitários. Actualmente é jornalista num quotidiano internacional com sede em Paris. É também poeta - os seus poemas foram publicados nos Estados Unidos e na Europa. Começou a estudar o Zen com Catherine Pagès em 1993 e ensina sob a sua direcção desde o ano 2000. Recebeu a transmissão do Dharma em 2004.


Perguntas e respostas

Um texto publicado online, cortesia da Assírio Alvim e de José Eduardo Reis: Uma realidade, uma vida, capítulo de Perguntas e respostas extraído do livro No Caminho Aberto, de HÔGEN (DAIDÔ) YAMAHATA, tradução José Eduardo Reis e Shingen Manuel Zimbro, Lisboa, Assírio e Alvim, Outubro 1993

domingo, janeiro 02, 2005

Retiro na cidade

Alguns de nós começaram o ano da melhor maneira possível: em meditação. No próximo domingo, dia 9 de Janeiro, vamos fazer um período intenso de prática. Começamos às 6 da manhã para estar presentes quando o dia nascer. De resto, terá a estrutura de um retiro Zen, períodos de meditação sentada, em andamento, leitura de sutras, uma actividade no exterior (provavelmente nos jardins do Palácio), para além dos necessários intervalos para chá, bolachas, e o almoço. Uma oportunidade de sair da distracção em que habitualmente estamos submergidos.


SEAT and DIE FOTO ©JR/Sogenji 2004


"A mente, ou consciência, está no coração da teoria e prática budistas, e nos últimos 2500 anos, meditadores têm vindo a investigá-la e a usá-la como um meio de transcender a existência insatisfatória e de atingir a paz perfeita. Diz-se que toda a felicidade, comum e sublime, é atingida pela compreensão e transformação de nossa própria mente.

Um tipo de energia não-física, a função da mente é conhecer, experienciar. É a própria consciência. É clara por natureza e reflecte tudo o que experiencia, assim como um lago calmo reflecte as montanhas e florestas que estão ao seu redor.

A mente muda de momento a momento. É um continuum sem início, como um fluxo sempre em movimento: o momento-mental prévio dá origem a este momento-mental, que dá origem ao próximo momento-mental e assim por diante. É o nome geral dado à totalidade das nossas experiências conscientes e inconscientes: cada um de nós é o centro de um mundo de pensamentos, percepções, sentimentos, memórias, sonhos — tudo isto é a mente.

A mente não é uma coisa física que tem pensamentos e sentimentos; essas próprias experiências são a mente. Por ser sem matéria, ela é diferente do corpo, apesar de mente e corpo serem interconectados e interdependentes. Este relacionamento explica porque, por exemplo, as doenças e os desconfortos físicos podem afectar a mente, e porque as atitudes mentais, por sua vez, podem dar origem tanto à cura quanto aos problemas físicos.

A mente pode ser comparada a um oceano, e os eventos mentais momentâneos — como a felicidade, a irritação, as fantasias e a tristeza — às ondas que sobem e descem sobre sua superfície. Assim como as ondas podem ser apaziguadas para revelar a calma das profundezas do oceano, assim também é possível acalmar a turbulência de nossa mente para revelar a sua clareza natural.

A habilidade para fazer isto está dentro da própria mente, e a chave para a mente é a meditação.

(McDonald, Kathleen. How to Meditate: A Practical Guide
adaptação da edição de Robina Courtin. Ithaca: Snow Lion, 1998)

quarta-feira, dezembro 29, 2004

Relato

O nosso irmão brasileiro Ricardo Sasaki, que já referi aqui, saiu da Tailândia mesmo antes do maremoto. Puxa!! Bem e a salvo - Karuna

Encarar a vida por si mesmo

Não resisto a mais outra :)

Durante todo o tempo que estive aqui, neste sesshin, o zazen quebrou o meu habitual modo de vida. Parece ser mais fácil em grupo; apoiamo-nos mutuamente e em conjunto parece que criamos algo. Mas o que sucederá depois, uma vez terminado o sesshin, quando tiver de encarar a vida por mim mesmo, sem um mestre? A minha vida parece-me geralmente tão fragmentada, sem nenhuma coordenação. Apenas desordem e desatenção. Procuro encará-la de frente, mas são tantas as possibilidades que se me apresentam, que às vezes sinto-me demasiado insignificante para as enfrentar a todas.

"Desordem? Não há mal nenhum nisso: a minha vida também é desordem. Talvez a excessiva elementaridade do zazen não permita que o tomes a sério nem que o tragas mentalmente contigo. Mas talvez haja momentos em que estejas ciente do ar que respiras e da água que bebes. Ambos também nos são tão familiares que nem lhes prestamos atenção, normalmente todos nos esquecemos deles.

A simplicidade do sentar e do respirar permite-nos a plena consciência de esta simplicidade cósmica. A trindade do zazen é a vida natural e original; mas sempre que vos explico isto, a vossa tendência é para o esquecer. Do mesmo modo, esquecem-se do ar que respiram e da roupa interior que vestem todo os dias!

Por favor, não te preocupes com o amanhã. Não é já suficiente encontrarmo-nos aqui? Eu não acho que tenhas razão quando dizes não teres um mestre na tua via diária. É provável que não tenhas um mestre específico que possas seguir e em quem tu possas confiar, mas será que não podes ver por ti próprio se andas no Caminho Aberto, sem esse agente de viagens?

Se realmente encontraste isto, já encontraste o teu verdadeiro mestre. Não é necessário que sigas pelo caminho comigo; o que é necessário é seguires o teu próprio Buda em ti.

O que criamos nós juntos? Sempre que pessoas se encontram em grupo, geram-se diferentes tipos de atmosferas, umas positivas outras negativas.

Nessas circunstâncias, é possível ser-se profundamente inspirado, tanto pela amizade espiritual como pela harmoniosa energia que é liberta pelo trabalho e pela prática. Pode também suceder, por outro lado, sermos facilmente arrebatados e cegarmos com a euforia gerada em todos os diferentes níveis psicológicos e emocionais.

Às vezes, há grupos que confiam na energia colectiva para fortalecer as suas práticas ou para encorajarem individualmente a «transformação» nos participantes. É inevitável sermos tocados, mais tarde ou mais cedo, por todos esses tipos de atmosferas ou pelas actividades em grupo. A resposta depende muito de se ter ou não encontrado a sua própria e real direcção na Vida."

Ontem esmaguei acidentalmente um pequeno caracol

Hoje recebi do José Eduardo um texto de perguntas e respostas do primeiro livro do mestre Zen Hôgen publicado em Portugal pela Assírio e Alvim, Caminho Aberto (esgotadíssimo), com a autorização de publicar esse artigo online no nosso site. Ao ler na diagonal, parei nesta pergunta:


Ontem esmaguei acidentalmente um pequeno caracol. Este pequeno incidente fez-me ver o terrível sofrimento e a dor sem sentido que existem neste mundo. Sei que o sofrimento é uma parte inevitável da vida, mas como é que alguém com absoluta compaixão, um verdadeiro bodhisattva, poderá não se afogar no mar de sofrimento que nos rodeia a todos?


A resposta de Hôgen é extensa, por isso não vou incluí-la aqui na totalidade, mas cito uma parte:

"O bodhisattva não se afoga no mar do sofrimento, suavemente deixa-se afundar nele. A cruz do Cristo, que representa o sofrimento do mundo humano, está presente na posição sentada do Buda. A posição sentada do Buda e a cruz de Cristo, uma vez encontradas e experimentadas, são ambas um só e mesmo caminho da vida original; ambas nos penetrem.

Sofrimento e vida coexistem inevitavelmente e são tão inseparáveis como a forma o é da sua sombra. Necessitamos dos nossos corpos e vidas para realizarmos a compaixão por todos os seres; tal como Buda necessitou do seu corpo para se sentar em zazen; tal como Cristo necessitou do seu para estar na cruz. Não podemos experimentar o zazen cósmico do nosso corpo, sem deixar de integrar a natureza dessas duas realidades.

Os bodhisattvas sentem como sua a dor dos outros. Por isso, este voto emerge do fundo da própria compaixão:

«São inumeráveis os seres sensíveis:
Faço o voto de os salvar a todos.»

O sofrimento que é causado pelo nascimento, pela velhice, pela doença, pela morte, pelo desejo e pela incapacidade de realizarmos os nossos votos, esse sofrimento permanece connosco ao longo de toda a nossa vida. Tal como a mãe que não consegue dormir em paz se o seu filho chora ou está doente, assim um bodhisattva tem apenas um desejo (ou sofrimento), o de ajudar os outros. Esta é a sua única «doença» ou «limitação». É este o único papel que lhe está reservado no decurso do tempo, através do espaço.

Os bodhisattvas continuam a viver neste mundo para poderem cumprir o seu desejo profundamente compassivo. Vivem para nos ajudarem a alcançar a outra margem. Esse seu único desejo impede-os necessariamente de permanecer na perfeição final do Nirvana."


Já agora, para quem não conhece, o último livro do mestre Zen Hôgen Yamahata publicado em Portugal, Folhas Caem, um Novo Rebento, é lindíssimo.



imagem de http://www.openway.org.au

terça-feira, dezembro 28, 2004

Passos

Um excerto de mais um texto sobre a atenção plena:

"quando vocês caminham daqui para a cozinha para servir a comida, não digam "eu tenho que caminhar até à cozinha para pegar comida", não digam "eu tenho.” Digam, "eu estou a usufruir do caminhar até à cozinha", e cada passo é por si só um fim. Os passos já não são mais um meio para se chegar a um fim. Isto é muito importante na prática budista. Não há nenhuma distinção entre meios e fins. No mundo se diz, "farei tudo para alcançar aquele fim.” Não é assim na prática budista porque tudo o que se faz é por si só um fim. Tudo o que se faz deveria ser em termos do Dharma, o que significa que tudo o que fazemos deveria permitir o cultivo da liberdade, da solidez e da felicidade. Lembrem-se: não há nenhum caminho para a felicidade, a felicidade é o caminho. Não há nenhum caminho para o conhecimento, o conhecimento é o caminho. Toda a vez que dás um passo, fazes um acto de conhecimento. Conhecimento é a consciência. Consciência é a capacidade de estar atento ao que está acontecendo, e isso é conhecimento. Eu estou desperto pelo facto de que estou a dar um passo. Cada passo tem seu próprio valor. Todo o acto, todo o passo que fazes deveria ser um acto de conhecimento, uma obra de arte. Deve haver beleza nisto, deve haver o bem, o belo, e o verdadeiro."

Thich Nhat Hanh, Consciência do Corpo

Za


Haiku de Issa Kobayashi

Em vão o menino tentava
Segurar uma gota de orvalho
Entre o polegar e o indicador

Obrigado ao 1001-Orientes

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Ocupar o tempo

Saint-Éxupery, escritor, amante do deserto e pioneiro da aviação, aterrou um dia no Sahara junto de uma caravana Tuareg. Conversando com os viajantes disse: "Com este aparelho (o avião) atravesso em 2 horas a quantidade de deserto que vos leva 2 meses a percorrer." Ao que os Tuaregs, intrigados, perguntaram: "E o que é faz no resto do tempo?".

lido algures

domingo, dezembro 26, 2004

Retiro em "la Ramallosa"

Um convite dos nossos irmãos galegos: um retiro de 4 a 6 de Março, orientado por Lama Neldjorpa Antonio, do Instituto Karma Ling. O retiro terá lugar num mosteiro de irmãs católicas perto de Vigo (não é longe para nós!). A chegada está prevista para sexta-feira pelas 21h e a despedida será no domingo depois do almoço. Os nossos hermanos estão a "traballar con moita ilusion para que todo sexa de probeito para todos" - acredito! :)


lama Antonio (à esquerda) na Índia com um lama butanês

sexta-feira, dezembro 24, 2004

como um regato

como um regato
a abrir passagem
pelas fendas cobertas de musgo
também eu, tranquilamente
me torno claro e transparente

Ryokan

Um Eco-Natal

Já agora...
http://gaia.org.pt/econatal/

e como "alguém" disse: "Podemos criar a nossa vida da mesma forma que um artista cria uma obra de arte. As nossas vidas são o médium através do qual expressamos a nossa sabedoria criativa."

quinta-feira, dezembro 23, 2004

E porque é Natal...


Achei interessante.

Ainda sobre a prática

If you are concentrated on your breathing you will forget yourself, and if you forget yourself you will be concentrated on your breathing. I do not know which is first. So actually there is no need to try too hard to be concentrated on your breathing. Just do as much as you can.

Shunryu Suzuki
Zen Mind, Beginner's Mind

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Como praticar?

Instruções de meditação lidas no nosso último encontro das quintas:

Encontra uma postura confortável, sentado de pernas cruzadas numa almofada, ajoelhado num banco de meditação, ou ainda sentado numa cadeira. Conserva as costas direitas, mas sem tensão. Deixa as mãos repousarem à vontade nos joelhos ou no regaço. Pode levar algum tempo e experimentação até encontrares a postura em que te sintas mais à vontade, mas ao praticar, rapidamente encontras “o teu lugar”. Fecha suavemente os olhos e deixa a tua atenção estabelecer-se na consciência da postura do teu corpo. Relaxa, sente o teu corpo tal como é. Podes fazer muito levemente uma anotação mental silenciosa ou pôr uma etiqueta – “sentar” –, para ajudar a mente a ligar-se a esta experiência. Enquanto relaxas mais e mais na consciência do teu corpo, abre-te para a experiência de ouvir. Presta atenção a todos os sons que surjam. Podem ser altos e até agressivos. Podem ser suaves barulhos de fundo. Pode ser o som do silêncio. Simplesmente ouve, como se estivesses a ouvir a tua música favorita. Não penses no que é que está a produzir o som nem antecipes o que pode vir a produzir-se. Apenas há a vibração do som, a aparecer e a desaparecer no espaço aberto e claro da tua consciência. Podes começar a notar algumas coisas em relação a esta experiência. Os sons parecem surgir bastante espontaneamente e, quando a mente não está distraída, podem ser ouvidos sem esforço. A natureza da mente é desperta. Quando não estamos perdidos em pensamentos ou sonhos, ouvimos todos os sons com muita clareza e facilidade.

Conserva-te na consciência da tua postura, aberto aos sons conforme vão e vêm. Deste lugar de consciência ampla e aberta, começa a ligar-te com a sensação de cada respirar, conforme entra e sai do corpo. Deixa que cada respiração se faça no seu próprio ritmo, à sua própria maneira. Não há uma respiração “certa”. Isto não é um exercício de respiração, é um exercício de atenção. Repara como as sensações da respiração aparecem da mesma maneira que os sons, espontaneamente, sem esforço. Em que lugar do corpo sentes a respiração mais claramente? É nas narinas enquanto o ar as atravessa, ou é o movimento do peito ou do abdómen? Mantém a atenção concentrada no lugar onde as sensações do respirar são predominantes. Mais tarde, é possível estar simplesmente com cada respiração seja onde for que surja.

Usar a técnica de anotar mentalmente quando respiras ajuda também a estabilizar a atenção. Podes usar a anotação “entrar/sair” se sentires a respiração no nariz, ou “subir/descer” se sentires o movimento do abdómen ou do peito. Seja qual for a palavra que escolheres, é importante que a uses de uma forma suave, para não interferir com a experiência directa. Não estás a controlar a respiração com a anotação – a anotação é simplesmente uma ferramenta para manter a atenção no que está a acontecer. Conforme a prática de meditação se torna mais profunda, a anotação pode desaparecer, deixando simplesmente a percepção da experiência, mas no princípio da prática, a anotação pode ajudar muito.

A respiração serve como uma âncora, um objecto primeiro de atenção, ao qual podes voltar sempre e sempre. Este treino da atenção encontra-se em muitas tradições espirituais. S. Francisco de Sales expressou-o muito bem: “Se o coração vagueia ou está distraído, trá-lo suavemente de volta ao lugar. E mesmo que durante toda a hora não faças mais do que trazer o teu coração de volta, mesmo que tenha partido de cada vez que o trouxeste de volta, a tua hora foi muito bem usada.”

É bom lembrar que o nosso esforço é estar consciente de uma respiração de cada vez. Ou talvez apenas de meia respiração. Nas palavras do Buda “ao inspirar, sei que estou a inspirar; ao expirar sei que estou a expirar.” É muito simples.


Pois... ;)

(excerto do livro One Dharma, de Joseph Goldstein)

terça-feira, dezembro 21, 2004

Contar histórias



Foi no sábado. De pandeireta e sotaque brasileiro. Quebrou-se o silêncio.

sexta-feira, dezembro 17, 2004

terça-feira, dezembro 14, 2004

A Casa do Tibete na Madeira


Os irmãos madeirenses estão a organizar uma viagem ao Tibete para 2005. Aproveitem para conhecer o site!

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Retiro e passagem de ano

Retiro e Passagem de Ano Budista, de 31 de Dez de 2004 a 1 ou 2 de Jan de 2005, Centro Pallas, localidade do Couto, perto de Caldas da Rainha

"Desperta e descobre que és os olhos do mundo. Desperta agora, descobre seres a canção que a manhã traz" Longchenpa


luz interior

Na busca interior, muitos budistas fizeram sacrifícios, e tiveram muitas vezes que renunciar a pequenas coisas confortáveis para atingir a calma mental, através da meditação. Mas quantos o percebem logo? Lembram-se da estória de Parcifal e do Graal? Mesmo os melhores por vezes não percebem a primeira vez que encontram essa luz interior, o graal do nosso espírito, em que a terra é de novo sagrada, a água volta a brotar da fonte, e para toda a eternidade se ilumina o graal nas nossas mãos... porque se começou a meditar simplesmente um minuto por dia.

Ao meditar, vizualizar cada célula do corpo como uma célula de luz, é uma forma de cura.

"O poder curativo da mente", de Tulku Thondup, Ed. Pensamento, 1998

sábado, dezembro 11, 2004

Solidariedade

No site Free Tibet decorre uma campanha urgente a favor de Tenzin Deleg Rinpoche.

No Japão, está previsto um sismo num área particularmente sensível, pois tem várias centrais nucleares. Decorre uma campanha de envio de assinaturas para parar Genpatsu-Shinsai (centros nucleares da área). O site é em japonês, mas tem uma versão em PDF da petição à esquerda, onde diz "English"

Já agora, para estar mais alerta, uma volta pelo site da Amnistia Internacional - secção portuguesa, e pelas páginas da Animal.

A AMIarte, núcleo da Delegação Norte da Fundação AMI, tem vindo a promover vários eventos a favor de causas sociais. No próximo dia 16 de Dezembro, às 21h30, o Auditório da Fundação Engº António de Almeida acolhe o pianista Constantin Sandu - a receita de bilheteira reverte inteiramente a favor deste urgente projecto de acolhimento e reintegração social dos sem-abrigo da cidade (já repararam como há cada vez mais?). As reservas poderão ser feitas para a Fundação AMI - Assistência Médica Internacional - através de 225100701. Preço dos bilhetes: 15 euros

A Postura

"A prática do zazen requer detida atenção para a postura, pois no zen, a forma é o vazio e o vazio é a forma. Logo, não negligenciar a forma é vital. Esta postura tem como base três pontos tocando no chão, os dois joelhos e a base da coluna, numa pequena almofada, chamada zafu. A coluna deve estar perfeitamente recta. Queixo puxado para dentro, força no ponto de acupuntura kikai, VC6, a 3 dedos abaixo do umbigo, que é o ponto de concentração do zazen. A mente deve ser despertada sem se fixar em lugar algum. Como fazer isto? A parte física da postura não deve ser negligenciada, pois quando estamos felizes a postura está naturalmente ajustada, e ajustando a postura, ficamos naturalmente felizes."

em O que é Budismo? palestra dada em Buenos Aires por Ryotan Tokuda Igarashi, para um grupo de psicólogos, em Outubro de 1983

Encontrar um professor

É engraçado ler alguém que está do outro lado do oceano falar de uma pessoa que já conhecemos. Sobretudo no contexto da relação professor-estudante do Dharma. O músico Stuart Davis (que já referi atrás) fala da relação que está a estabelecer com Genpo Roshi, que é nada mais nada menos que o roshi que fez a transmissão do Dharma a Catherine Genno Sensei (que orientou o nosso retiro Zen).


Embora tenha estado no centro dele em Utah, na altura só conheci Tenkei Coppens Sensei. Mais tarde fiz um retiro Big Mind com Genpo Roshi na Holanda. Inesquecível. O processo Big Mind é uma incrível experiência de abertura e expansão. E é mesmo muito divertido. Ele mencionou que nunca tinha vindo a Portugal... bom, parecia dizer que gostaria de vir até cá :)


Traduções

Estive a ler um artigo interessante sobre a tradução dos famosos versos de Dogen, que em inglês tenho encontrado assim:

To study the Way is to study the self.
To study the self is to forget the self.
To forget the self is to be enlightened by all things.
To be enlightened by all things is to remove the barriers between one’s self and others.

A tradução proposta passaria a ser:

Following the Buddha Way really means following yourself.
Following yourself really means forgetting yourself.
Forgetting yourself really means trusting reality.
And trusting reality really means dissolving bodymindedness both within and without.

Seguir a Via de Buda realmente significa seguir-se a si mesmo.
Seguir-se a si mesmo realmente significa esquecer-se de si mesmo.
Esquecer-se de si mesmo realmente significa confiar na realidade.
E confiar na realidade realmente significa dissolver o corpo-mente por dentro e por fora.

sexta-feira, dezembro 10, 2004

Buda o Iluminado

As histórias tradicionais sobre o Buda Shākyamuni e as suas vidas passadas estão repletas de alegorias que foram sendo acrescentadas através dos tempos e dos lugares. Podemos contudo encontrar uma base comum que se reflecte nos aspectos essenciais da vida e do ensinamento de Buda tais como são apresentados por todas as tradições. O Dharmanet tem um excelente dossier sobre o Buda histórico: Textos clássicos. Percorrer as várias páginas do dossier é uma descoberta... para não falar do deslumbre de uma das minhas reproduções favoritas do Boddhisattva, da caverna de Ajanta :)


imagem de www.dharmanet.com.br

É bom recordar que vivemos numa era afortunada (às vezes ninguém diria) porque cinco budas (ou mil budas, segundo algumas tradições) aparecerão para ensinar o caminho da iluminação. Destes budas, Shākyamuni foi o quarto. Maitreya será o próximo Buda. No entanto é sombrio imaginar um mundo assim:
"Maitreya aparecerá em nosso mundo quando não houver mais praticantes com realizações espirituais; quando os métodos que conduzam ao despertar (absorções meditativas, insights, caminhos espirituais, frutos espirituais e preceitos) tiverem desaparecido; quando o aprendizado das três seções do cânone buddhista tiver desaparecido; quando os símbolos da comunidade buddhista (mantos e votos monásticos) tiverem desaparecido; e quando as relíquias do Buddha Śākyamuni tiverem desaparecido." Segundo os textos, daqui a 2500 anos.

quinta-feira, dezembro 09, 2004

A vida é valiosa

O recado do mestre Hsing Yün, segundo a reportagem do Correio da Manhã

terça-feira, dezembro 07, 2004

Encontro com a Tsering

O site da Tsering mudou de endereço: Tsering Paldrön



Aproveito para lembrar que ela vai estar no Porto em Fevereiro. Estamos cheios de ideias para um encontro com um frade católico: "O que aproxima as religiões?" (a 12 de Fevereiro) e no domingo teremos um seminário sobre o tema "Apego e amor, como distinguir" - será o desapego o mesmo que indiferença? Como distinguir o "amor" baseado na posse e o amor incondicional; o amor que escraviza e o amor que liberta.

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Os fundamentos da atenção plena

Na próxima quinta-feira vamos "mergulhar" nos fundamentos da atenção plena tal como foram expostos no Sattipatthana Sutta. Sobre esta prática, o Buda disse: "Bhikkhus, qualquer um que desenvolva esses quatro fundamentos da atenção plena dessa maneira durante sete anos, um de dois resultados pode ser esperado: ou o conhecimento supremo aqui e agora, ou o ‘não-retorno’ se ainda houver algum resíduo de apego."

Um texto sobre os Fundamentos da Atenção Plena tal como foi explicado por Ajaan Lee Dhammadharo.

E agora para algo completamente diferente.

... ou talvez não.

domingo, dezembro 05, 2004

Nós somos o que pensamos

E quanto aos "mundos que criamos", há este excerto do Dhammapada:

Nós somos o que pensamos.
Tudo o que somos emerge com os nossos pensamentos.
Com os pensamentos fazemos o mundo.
Se falares ou agires com um espírito impuro
Os problemas seguir-te-ão
Como a roda segue o boi que puxa a carroça.

Nós somos o que pensamos.
Tudo o que somos emerge com os nossos pensamentos.
Com os nossos pensamentos fazemos o mundo.
Se falares ou agires com um espírito puro, a felicidade seguir-te-á
Como a tua sombra, constantemente.
Como pode um espírito perturbado
Compreender o caminho?

(de "Os Ensinamentos do Buda" tradução de Conceição Gomes e Tsering Paldrön, ed. Presença)

Meditação

O "trabalho" da Meditação é muito bem descrito neste texto de "Um Dharma" de Joseph Goldstein que voltámos a ler ontem depois da meditação.

Portanto começamos com um simples objecto de atenção, como a respiração, e treinamo-nos para voltar a ele sempre que ficamos distraídos, vezes sem conta. A primeira percepção no hábito da distracção leva-nos a compreender o valor e a importância de firmar a nossa atenção porque os mundos que criamos em nós mesmos e à nossa volta todos têm origem na nossa mente. Quantos mundos-mente diferentes habitamos nos nossos pensamentos, mesmo entre uma respiração e outra? E quantas acções iniciamos por causa destes pensamentos que passam despercebidos?



Ao tomar primeiro um objecto particular de concentração e depois treinar a mente para ficar focada nesse objecto, podemos desenvolver calma e tranquilidade. O objecto pode ser a respiração, um som ou mantra, uma imagem visual, ou certas reflexões – todos servem para concentrar a mente. Ao princípio, isto requer o esforço de voltar continuamente, de cada vez que a mente vagueia. Com a prática, contudo, a mente fica treinada, e então repousa facilmente no objecto escolhido.

Para somar aos sentimentos de tranquilidade e paz, o estado de concentração também se torna a base para uma percepção e sabedoria profundas. Vamos dar por nós a abrir para o sofrimento do mundo mas igualmente para a sua imensa beleza. Através do poder de uma maior atenção, uma simples experiência torna-se viva magicamente: a silhueta de um ramo contra o céu nocturno, ou árvores a balançar com o vento invisível. A forma como sentimos o mundo purifica-se, a percepção do mundo transforma-se. Marcel Proust escreveu: “A verdadeira viagem de descoberta consiste não em ver novas paisagens, mas em ter novos olhos.”

imagem de www.pantheism.net

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Retiro de três anos no Brasil

Para quem tenha possibilidades para fazer o retiro de 3 anos na tradição do Budismo tibetano (escola Kagyupa), temos a informação necessária para a candidatura. E como o retiro começa daqui a cerca de um ano, há algum tempo para se prepararem... o que não é pêra doce :) Segundo o Lama Trinlé o local é soberbo, a cerca de 30 min. da capital, e está a ser preparado para o retiro. Quanto ao programa, é o que foi definido por Kalu Rinpoche para os primeiros retiros a ter lugar em França.

Activismo social e prática pessoal

Do próximo texto das quintas:
"É necessário muita atenção para não alimentarmos a divisão entre meditação e acção social ao fazer julgamentos sobre o que as outras pessoas deveriam fazer com as suas vidas. Cada um de nós tem o seu ritmo de trabalho interior e de serviço exterior. Este ritmo pode ser de semanas, meses, anos e até vidas."

Nem preciso explicar como acho isto importante! E de qualquer forma sempre fui apologista do "live and let live!"

Como a água reflecte os nossos sentimentos

Este foi um tema de conversa num intervalo da nossa formação em massagem do som, e embora o blog do Akasha já o tenha mencionado, acho isto tão interessante que aqui vai um link para um artigo online: Como a água reflecte os nossos sentimentos. É espantoso, sobretudo ao pensarmos que somos essencialmente compostos... de água! Fiquei particularmente impressionada com as imagens do cristal da Represa Fujiwara, antes e depois de uma oração. Parece que esta terra precisa de muitas orações!


Represa Fujiwara, depois da oferenda de uma oração

O museu do sorriso

www.museedusourire.com :)

domingo, novembro 28, 2004

Recomeçar

De certa maneira podemos morrer várias vezes numa mesma vida. Sobretudo em épocas de crise e de mudança. Este texto de Thich Nhat Hanh, mestre zen, poeta, activista, fala de renascer, de começar novamente.



"Suponham que uma nuvem esteja a flutuar no céu, e esteja a ponto de morrer, de se tornar chuva. A nuvem poderia ficar cheia de raiva, de medo: "Por que isto está a acontecer comigo? Por que tenho de morrer? Por que não posso continuar uma nuvem a flutuar no céu?" Assim a raiva e o medo podem surgir na nuvem e podem fazê-la muito infeliz; mas se a nuvem for bastante inteligente, se a nuvem souber olhar profundamente para sua verdadeira natureza, então pode praticar “Começar Novamente”, renascer. Este preciso momento também é uma oportunidade de renascer, e esta é uma preparação. Nós não nos deveríamos prender a qualquer forma, porque ser uma nuvem que flutua no céu é maravilhoso, mas ser a chuva que cai na montanha ou no rio, nas árvores e na relva é também uma coisa maravilhosa."

Da palestra “Começando Novamente

Traduções de Dogen

Para os zenistas (e não só): pode-se encontrar novas traduções de Dogen em
www.chalegre.com.br/zendo na secção textos, e também textos de outros autores sobre budismo e budismo zen. Ver também a secção de perguntas e respostas sobre zen - tem 354 perguntas respondidas.

Fique são, histórias para ficar bem

com o contador de histórias Thomas Bakk
Sábado 18 de Dezembro, pelas 19h30 na UBP Porto (entrada livre)
Há quem diga que somos as nossas histórias, que nos tornamos nas nossas histórias. As palavras têm substância e o acto de contar, é, em si, um modo essencial de aprendizagem e de tomada de consciência. As histórias têm de ser ditas, têm de ser contadas, são parte da qualidade narrativa da existência que pode (tem de!) ser partilhada. Thomas Bakk retoma o testemunho dos contadores de histórias tradicionais e trá-lo magicamente para o nosso tempo.... este será um momento especial...

sábado, novembro 27, 2004

Uma carta de Harada Roshi

O último artigo de Harada Roshi, de Novembro 2004, está online: The Song of Zazen. Já agora, temos a Canção do Zazen traduzida no nosso site de traduções: Canção do Zazen



"Ilimitado e livre é o céu do samadhi!
Brilhante a lua cheia da sabedoria!
Faltará porventura agora alguma coisa?
O nirvana é aqui, perante os teus olhos,
este próprio lugar é a Terra do Lótus,
este próprio corpo o Buda."
(Hakuin Zenji)

quarta-feira, novembro 24, 2004

Sabiam?

Sabiam que a mãe do Matthieu Ricard é monja e pintora? O João convidou-me a ver os trabalhos mais recentes - Yahne diz que consegue exprimir nos seus trabalhos abstractos tudo o que a sobrinha tenta fazer com a pintura tradicional tibetana. Acredito! (e já agora, repararam no nome do link?). Gosto especialmente da peinture fraîche

terça-feira, novembro 23, 2004

Blá Blá

Retive esta frase do texto lido no grupo de estudo da passada quinta-feira:

"Quando quiseres falar, faz uma pergunta e escuta."


segunda-feira, novembro 22, 2004

Medicina Tibetana

Já está combinado! No primeiro fim-de-semana de Fevereiro receberemos a visita de Lama Lobsang Thamcho Nyima um Lama médico - poderemos ter workshops sobre medicina tibetana, receber conselhos, ter consultas!

A pulseira



Caminhando penso nos sábios da Índia que sem renunciarem ao mundo, o viviam plenamente. Como por exemplo o rei Kankanapa a quem um mestre disse: "olha o brilho das tuas pulseiras/ elas são a felicidade do teu espírito/ as mil causas exteriores causam as cores/ mas a pulseira não muda/ a variedade das aparências é a fonte de mil pensamentos/ mas o teu espírito é como as jóias que brilham". Meditando e concentrando-se na pulseira do seu pulso direito em seis meses ele conseguiu a realização espiritual.
www.padmakara.com: Mahasiddhas, La vie de 84 Sages de l´Inde.

Às vezes temos no pulso aquilo que esquecemos e precisamos urgentemente de nos lembrar, para sermos simplesmente felizes.

Conceição 18/11/04



sábado, novembro 20, 2004

AMI e Oscar Wilde no Labirintho

Não é teatro, não é leitura…
Um conto de Oscar Wilde contado no Labirintho.

O Príncipe Feliz é um dos muitos contos de Oscar Wilde, onde o escritor inglês utiliza a metáfora para descrever a hipocrisia da sociedade da sua época. Uma hipocrisia que, em muitos casos tem uma inesperada actualidade. É com este trabalho que o Grupo O Contador de Histórias inicia a sua colaboração com o PROJECTO AMIARTE, uma iniciativa da Delegação Norte da Fundação AMI - Assistência Médica Internacional - com o objectivo de recolher fundos para a construção do Abrigo do Porto. Este local irá permitir albergar e reinserir socialmente os sem-abrigo.

Dia 22 de Novembro, a partir das 23 horas, no bar Labirintho (Rua Nossa Senhora de Fátima, 334, Porto), Filipe Lopes apresenta o texto do controverso escritor inglês, numa noite de “Transgressões Poéticas”.

Nesta noite 50% do consumo mínimo (pago à entrada) reverte a favor da AMI.

Contactos: Tlf: 912568944; 914961072
Fundação AMI, Del. Norte: 225100701
www.fundacao-ami.org

quinta-feira, novembro 18, 2004

S. S. o Dalai Lama na Suíça em Agosto

5 - 12 AGOSTO S.S. o Dalai Lama ensinará o Bodhicharyavatara de Shantideva e Kamashila's Bhavanakrama: Os Estágios de Meditação [livro traduzido em português pelo Paulo Borges]
Contacto email: info@TheDalaiLama2005.ch
website: www.TheDalaiLama2005.ch

Falta de auto-estima

Alguém uma vez perguntou ao Dalai Lama: “Acho que não valho nada como pessoa. Como posso trabalhar nisso enquanto estudante de meditação principiante?” O Dalai Lama respondeu: “Não se deve desencorajar. O seu sentimento de 'não ter valor' está errado. Completamente errado. Está a enganar-se a si mesmo.”

Ver o 'não mereço' como uma visão falsa de nós mesmos ajuda a fazer disso algo com que possamos trabalhar. Em vez de pensarmos que há algo de fundamentalmente errado com a nossa forma de ser, vemos que o próprio pensamento de não sermos merecedores ou de não termos valor é que é o problema.

De One Dharma, de Joseph Goldstein (a ler hoje à noite)

A não perder!

Palestra para download "Budismo: Um Caminho, Vários Veículos" proferida por Ricardo Sasaki no Templo Honpa Honganji de SP em Agosto de 2004. Os primeiros 3 minutos têm muitos parasitas, mas depois a audição é perfeita e vale muito a pena! Desconstrói alguns dos mitos relacionados com as várias escolas budistas, sobretudo a “velha” dicotomia Mahayana/Theravada. Ricardo Sasaki é extremamente claro, muito bonito, adorei ouvi-lo! Vamos ter de levar a gravação para a rua Aníbal Cunha! É excelente como complemento do estudo que estamos a fazer do livro One Dharma.

quarta-feira, novembro 17, 2004

Além da Terra


"Além da Terra, pelo Infinito,
procurei, em vão, o Céu e o Inferno.
Depois uma voz me disse:
Céu e Inferno estão em ti.”

Omar Khayyam


imagem de http://www.nlr.ru:8101/eng/exib/omar/omar-e.htm

terça-feira, novembro 16, 2004

Aulas de Gi Qong

No próximo sábado vamos iniciar as aulas de Qi Gong, sob a orientação de Paulo Fernandes. Fiquei muito bem impressionada com o nosso futuro "coach" :)

Mas o que é o Qi Gong?

O Qi Gong (chi kung) significa treino de energia, ou manipulação de energias tanto internas como externas e consiste numa ginástica energética praticada regularmente para manutenção e equilíbrio das energias mas também como complemento terapêutico numa convalescença.

É uma técnica com raízes milenares que se baseia em posturas e movimentos de animais. Ajuda a flexibilizar o corpo tanto a nível físico como energético e pretende desfazer ou prevenir os bloqueios de energia evitando a doença ou ajudando a curá-la.

Neste sistema de auto-cura e de auto-energização de origem chinesa existem cerca de 2000 posturas diferentes divididas por vários estilos. Temos assim posturas paradas, de movimento, exercícios de respiração, práticas meditativas e condução de energia Qi (Chi) através do corpo e da mente.

Os exercícios são compostos pela soma entre respiração e movimento, variando a profundidade, a velocidade, a cadência e o vigor energético.

(texto de Paulo Fernandes)

Eventos Akasha

Iniciação de Reiki 1º Nível - no dia 20 de Novembro com José Pedras
Workshop Inteligência Emocional - no dia 27 de Novembro, com Patrícia Mendes
Email: Akasha@netcabo.pt
O blog Akasha: www.akasha-porto.blogspot.com

segunda-feira, novembro 15, 2004

Fotos do retiro de Sintra

As fotos do retiro de Sintra já estão online. Nas fotos do almoço dos Bodhisattvas vê-se vinho a circular... mas não se pense que foi assim durante todo o retiro! Durante o resto do tempo, aliás, tentou-se guardar silêncio (não digo que se conseguiu sempre...) O ensinamento de Lama Denys é realmente espantoso, mas o retiro não teria sido o mesmo sem a presença discretamente bem-humorada do lama Trinlé, um doce de pessoa, aqui, em lama Turista!

Lama Trinlé, que acompanhou desta vez o lama Denys em Portugal, é responsável por um centro da tradição do Budismo Tibetano Kagyupa em Brasília, e no próximo ano vai mudar-se para lá... aí será possível fazer o tradicional retiro de 3 anos, 3 meses e 3 dias, e que estará assim à disposição também dos budistas portugueses - recebemos convite pessoal :)!

Libertem os livros!

Não estou perdido. Sou um livro livre e vim parar às tuas mãos para que me leias e me passes a outro leitor.

Para quem acha que não acontece nada, o quotidiano é cinzento, vivemos dentro de muros e os gestos de poesia, generosidade e verdadeira liberdade foram esquecidos, aqui está uma ideia muita gira: Bookcrossing. O sistema “bookcrossing”, que visa a partilha da paixão pelos livros, começou em Abril de 2001 com uma página na internet criada por Ron Hornbaker... entretanto os membros são 307 868, os livros registados 1 549 386 e o bom karma incalculável :)

Os membros da comunidade Bookcrossing libertam livros de forma gratuita, registando-os primeiro para que fiquem devidamente identificados. Depois os livros viajam pelo mundo fora, indo parar às mãos de pessoas que os encontram... numa biblioteca, num mesa do café, no autocarro, num banco de jardim, numa livraria aderente (há uma em Aveiro, parece, não sei se haverá mais)...

O "sistema" é pretexto para muita criatividade, e as etiquetas para colar nos livros podem ser encontradas, por exemplo, aqui

Em Retiro

Na tradição do budismo Zen, a palavra usada para retiro é "sesshin", que significa "tocar a mente/coração", o que equivale a voltar a casa, ao estado natural e original da condição da nossa mente/coração.

E embora o retiro deste fim-de-semana em Sintra, que encerrava a estadia de lama Denys em Portugal, se tenha desenrolado na tradição do budismo tibetano, o próprio tema do retiro "A via do Não-Medo", pode tornar-se transparente neste texto da Sensei Nicolee Jikyo McMahon Presente do Não Medo:

"A maior parte do tempo somos puxados em muitas direcções, dispersos, por vezes submergidos. Um retiro cria um tempo à parte, num ambiente simples, e em comunidade. Fornece-nos um recipiente que nos permite compreender profundamente o que é a nossa vida. De um ponto de vista, quando nos sentamos na almofada, trabalhamos, comemos, limpamos, essa é a minha prática. Mas fundamentalmente é a nossa prática; criamos o retiro, da mesma forma que criamos o mundo e o mundo nos cria de momento a momento - juntos.

Enquanto o grupo vive e pratica em conjunto, toda a espécie de coisas - alegria, ansiedade, agitação, cólera, ressentimento, gratidão, medo, aborrecimento, dúvida, paz - podem surgir. Podemos sentir-nos desafiados até ao mais íntimo de nós mesmos, não só de fora, mas também de dentro. A forma como nos restringimos torna-se cada vez mais aparente. A chave para o retiro é não saber, abandonar as expectativas, abrir-se para a revelação do momento. Ao unificar a mente/coração, compreendemos "o presente do não medo".

Com o desenrolar dos dias de retiro, atenua-se a espessa carapaça com a qual criamos a separação, eliminando o abismo entre eu, o outro, o mundo. À medida que nos soltamos, a tranquilidade e a quietude do retiro pode trazer mais amplitude, alegria e gratidão. Quando nos acalmamos, o que muitas vezes emerge é uma profunda apreciação pelo som do gongue, o sabor da comida, o sono, o movimento, a criatividade, estar com os outros, a luz do sol, as nuvens, as árvores, a sensação do vento na pele.

Um retiro oferece uma oportunidade de experienciar a vida na sua simplicidade e o quotidiano de uma forma muito aberta e receptiva. Ao estarmos mais intensamente conscientes da vida, e de como estamos todos juntos nisto, refinamos a nossa habilidade para nos ocuparmos de nós, dos outros, do mundo."


- de Gift of no Fear


Sintra, 14 de Novembro de 2004
©UBP 2004

sexta-feira, novembro 12, 2004

Uma lista de livros em Português

O centro Os Tibetanos, de Lisboa, tem um site lindíssimo: www.tibetanos.com

Têm uma excelente lista de livros sobre budismo, vegetarianismo, etc., em português! Vale a pena dar uma olhada. Para principiantes (e não só!), gosto do Budismo Claro e Simples, do Steve Hagen, um antigo discípulo de Katagari (se não me engano).

Dossier sobre Meditação

No Dharmanet Brasil: Meditação (inclui textos das várias escolas)

Encontrar um sentido

"Em minha vida diária eu pratico sempre dando uma olhada nas coisas ao redor de mim, nas pessoas ao redor de mim, em mim mesmo; e eu já posso ver minha continuação nesta flor, ou naquele arbusto, ou naquele jovem monge, ou naquela jovem monja ou naquele jovem leigo. Eu vejo que nós pertencemos à mesma realidade, nós estamos fazendo nosso melhor como um Sangha, nós trazemos um pouco das sementes do Dharma para todos os lugares, nós fazemos as pessoas ao redor de nós felizes: assim eu não vejo razão por que tenha que morrer, porque eu posso me ver em vocês, em outras pessoas, em muitas gerações. Eis porque eu prometi às crianças que eu estarei escalando a colina do vigésimo-primeiro século com elas."



"Do topo da colina no ano 2050, estarei olhando para baixo e desfrutarei do que está lá junto com as pessoas jovens agora. O jovem monge Phap Canh tem agora vinte e um, e no topo da colina ele terá setenta e cinco! E claro que eu estarei com ele, de mãos dadas, e nós olharemos para baixo para ver a paisagem do vigésimo-primeiro século juntos. Assim como um Sangha, nós escalaremos a colina do vigésimo-primeiro século juntos. Nós faremos nosso melhor de forma que o escalar será agradável e calmo, e teremos todas as crianças conosco porque sabemos que nós nunca morremos. Nós estaremos lá por eles para sempre."

De uma palestra de Thich Nhat Hanh: Meditações Para os Doentes e os Moribundos

Foto de www.manjushri.com

quinta-feira, novembro 11, 2004

S. S. o Dalai Lama na Bélgica em Junho


de sexta-feira 3 a sexta-feira 10 Junho 2005

A convite do instituto budista Yeunten Ling de Huy e sob a responsabilidade do Bureau du Tibet na Bélgica, S.S. o Dalai Lama visitará a Bélgica em Junho de 2005.

Sexta-feira 3 de Junho, em Huy (Mosteiro de Yeunten Ling)
De tarde: benção do local do novo templo no centro Yeunten Ling, programa ainda a detalhar.
às 17 h : colóquio sobre o tema "Estratégias para a paz e a compreensão mútua", com os responsáveis das grandes tradições filosóficas e espirituais do país a dirigir-se aos activos no terreno [no Centro Cultural de Huy - sob convite].
de Sábado 4 a Quarta-feira 8 de Junho, em Charleroi (Spiroudôme)
Cinco dias de ensino público com o tema "A Via do Meio". Os ensinamentos desenrolar-se-ão das 9h30 às 11h30 e das 15h às 17h. São todos bem-vindos.
Quinta 9 e sexta-feira 10 de Junho, em Bruxelas
Encontros com personalidades do mundo cultural e com autoridades nacionais e internacionais.
Sexta-feira 10 de Junho, em Antuérpia (Sportpaleis)
às 15h : Ensino público sobre o tema "A Interrelação".

Para saber mais:
http://www.dalailama-belgium2005.org/index-fr.html

Material para praticantes solitários

Em Portugal, o interesse pelo Budismo está em pleno despertar. E então sobretudo no Norte, é difícil o acesso a um centro e à prática da via do Buda. Antes de mais, pode-se começar por uma consulta ao artigo de Ricardo Sasaki que já mencionei anteriormente A que escola pertenço? - Um guia para quem está se interessando pelo Buddhismo. Um especial realce para o capítulo "O que fazer quando se está só?". Em relação ao Norte, será sempre possível contactar a União Budista do Porto para apoio se quiserem começar um pequeno grupo num local mais distante.

Embora a prática com um grupo seja recomendada, também é útil aprofundar o nosso conhecimento do Budismo. Alguns sites podem contribuir para a nossa jornada, facultando cursos online ou por correspondência (em inglês, muitos deles!), e espero ir actualizando a lista:

- Para simpatizantes ou praticantes Theravada, um "manual" de prática para laicos Lay Buddhist Practice (e não esquecer a versão brasileira do site, Acesso ao Insight com muitos textos e muitos sutras do cânone pali traduzidos para português).

- Para simpatizantes ou praticantes Terra Pura o Professor Alfred Bloom oferece ajuda em Shin Dharma Net. Este site inclui também um curso. Para os interessados na escola Nichiren Shu, o contacto será através de Nichiren Buddhist International Center. A escola britânica Shingon também tem um curso por correspondência, o Home Study Course in basic Buddhism

- Para estudantes do Budismo Zen, O Zen Mountain Monastery tem um óptimo guia para a meditação sentada. Outro guia em Burning House Zendo Instruction Manual (um grupo Rinzai). Em Português, não esquecer a pequena introdução ao Zazen de Hôgen Yamahata A Trindade do Zazen

- Para os interessados no Budismo Tibetano, a Fundação para a Preservação do Mahayana também tem um curso, Discovering Buddhism at Home, e o Asian Classics Institute tem aulas online sobre Budismo Tibetano: Classes Online. Há ainda o Dharmastudent, um site enviado por uma amiga de Leiria. Em francês, convém verificar os cursos da Universidade Dharma Orient-Occident e da Université Bouddhique Européenne.

quarta-feira, novembro 10, 2004

Preparação para a morte

A morte é um tabu na nossa sociedade. Para todos nós, e como um amigo me disse hoje num email, não se trata de viver mais um dia, mas de como viver esse dia. O projecto Amara, que já começou em Lisboa (e vamos lá a ver se vem para o Porto!) tem como missão ajudar as pessoas com doenças terminais e as suas famílias. Mas mesmo para "o comum dos mortais" que não está confrontado com problemas de doenças terminais, encontrar um sentido para a vida é também encontrar um sentido para a morte.

No Budismo, a questão da vida e da morte é de primeira importância.

Alguns links que podem ajudar:
http://www.spcare.org/caregiving/faq.html
http://www.spcare.org/caregiving/vastperspective.html

Práticas:
http://www.spcare.org/practices/

Recursos:
http://www.spcare.org/resources/


O Caminho para a Felicidade

Um livro do Venerável Mestre Chan Hsing Yun, publicado recentemente pela associação Budha Light de Lisboa

A edição portuguesa inclui um prefácio assinado pelo dr. Paulo Borges, presidente da União Budista Portuguesa, eis uma apresentação:

"A imensa sabedoria e compaixão do Senhor Buda irradia em múltiplas actividades para o bem de todos os seres sensíveis, adequadas à medida da sua compreensão e das suas necessidades. É assim que na tradição budista encontramos desde complexos tratados de metafísica, lógica, psicologia, ética e meditação, que exigem longas horas, dias, meses e anos de estudo, aprofundamento e prática, até ensinamentos que, sem menor verdade e profundidade, se destinam, com uma linguagem simples e acessível, a despertar todos os tipos de pessoas para a possibilidade de melhorarem a qualidade interior das suas vidas pela transformação do modo de pensar, sentir e agir. É o caso deste livro, onde o venerável autor, partilhando a sua sabedoria, compaixão e experiência de vida com os leitores através de artigos publicados na imprensa, nos exorta e ensina a transformarmos as nossas existências numa ponte da “ignorância” para a “iluminação” e assim num “caminho para a felicidade”, como o título indica. São ensinamentos que, incidindo sobre os mais variados aspectos da vida quotidiana, individual, familiar, profissional e social, sobre as múltiplas facetas da relação do homem com a natureza e com os seus pensamentos, emoções e experiências, mostram sempre os caminhos de uma sabedoria prática, aplicável no aqui e agora das situações concretas que todos enfrentamos, com o objectivo de transformar o negativo em positivo e abrir a mente para a compreensão da natureza profunda das coisas. Ou seja, segundo os três preceitos em que se resume todo o Darma do Senhor Buda: abster-se de todos os actos negativos, causadores de sofrimento a si e aos outros; praticar todos os actos positivos, que trazem a felicidade a nós e aos outros; dominar a mente e ver a realidade tal como é, para além de conceitos, ou ter visão pura."

Onde encomendar:
Associação Internacional Buddha Light (BLIA) - Portugal
Rua da Centieira, nº35 (Estação Oriente)
1800-056 Lisboa
Tel: 21 85 99 286
fax: 21 85 99 287
Mail: ibps_lisboa@fgs.org.tw (em inglês) ou
em português Mail: elisachuang02@hotmail.com

Site: http://fgs-temple.com.pt.


terça-feira, novembro 09, 2004

O Budismo e a Homossexualidade

Na semana passada perguntaram-me qual a posição do budismo em relação à homossexualidade. Aqui está um artigo simples e elucidativo: The Buddhist religion and Homossexuality

domingo, novembro 07, 2004

Uma história de amor



Um retiro, uma história de amor

quinta-feira, novembro 04, 2004

Amanhã começa o retiro

É o terceiro retiro organizado pela UBP Porto. Os outros foram... perfeitos! Enriquecedores, luminosos, inesquecíveis. Mas este "bota" RTP e tudo. E vamos receber a visita de nuestros hermanos galegos (um grupinho de Santiago de Compostela!) O Lama Denys é o primeiro discípulo ocidental de um dos grandes mestres tibetanos do século XX. Para além dos retiros e das conferências, o Lama Denys vai apresentar no dia 10 pelas 18h00 na Universidade Clássica de Lisboa o Manifesto por ele redigido no contexto da Conferência organizada pelas Nações Unidas que teve lugar em Maio de 2003 em Nova Iorque - no Conselho Mundial dos Dirigentes Religiosos. O documento chama-se “O MANIFESTO DA UNIDADE NA DIVERSIDADE DAS TRADIÇÕES DE PAZ E JUSTIÇA”.

Já agora aqui estãos as conferências em Lisboa:

- “La dimension universelle de l’éthique et de la spiritualité (A dimensão universal da ética e da espiritualidade)”- terá lugar dia 8 de Novembro às 18h30 (terminando pelas 21h30) na sala do Terraço (Graal)- rua Luciano Cordeiro, 24-6ºA Lisboa. Entrada livre
-“Une experience libératrice fondamentale - le dharma du Bouddha répond à la quête d’aujourd’hui” (Uma experiência libertadora fundamental - o dharma do Buddha responde à busca de hoje)- terá lugar dia 9 Novembro às 19h00 (terminando pelas 21h30) na sede da União Budista Portuguesa - Calç. da Ajuda 246, 1º Dt Lisboa. Entrada livre

O que é que eu faço?

“Não causes dano, pratica o bem, purifica a tua mente. Este é o ensinamento de todos os Budas.”

É um caminho eterno, directo e simples. Como uma respiração.
É a expressão do amor e da sabedoria para connosco e para com os outros.
Contém tudo, abrange tudo.

quarta-feira, novembro 03, 2004

Vegan e Vegetarianismo

Receitas e links:

http://groups.yahoo.com/group/DA-Receitas/
http://www.vegetarianos.com.br/receitas.htm
http://www.amorcosmico.com.br/vegetarianismo/links
http://www.vegetarianismo.com.br/

Deve haver muito mais por aí, mas pronto!

A nossa Jerusalém

Um dia, três estudantes foram visitar o famoso rabi Bal Shem Tov e este perguntou-lhes: "O que é que vocês fariam se soubessem que iriam morrer daqui a seis meses?"

O primeiro estudante disse: "Eu iria a Jerusalém, ao Muro das Lamentações e rezava sem parar." O segundo disse: "Não. Com a viagem perderia um tempo precioso. Iria para o meu quarto rezar sem parar."

O terceiro ficou silencioso e os outros dois assumiram que ele não tinha nada a dizer. Mas quando o Rabi insistiu, ele respondeu: "Continuaria com a minha vida e o meu horário de todos os dias."

E o Rabi disse: "Esta terceira resposta é a melhor, pois se não conseguem encontrar santidade e sentido em cada momento da vossa existência quotidiana, não o encontrarão em Jerusalém ou seja onde for."

A nossa Jerusalém é a prática da atenção plena a cada momento. Nada a acrescentar :)

História contada em WoodMoor Village Zendo

Muito interessante também, a vida de Rabi Bal Shem Tov

terça-feira, novembro 02, 2004

Love is real

Love is real
Stuart Davis

Dia de Finados

"Os dias do homem são semelhantes ao feno, como a flor do campo assim floresce. Apenas é tocada pelo vento, já não existe, nem o seu lugar o conhece mais." (Salmo 102)